Coletivo SocioAmbiental de Atibaia discute o Plano Diretor do Município

Valorizar a diversidade ambiental da região de forma harmoniosa e reduzir os riscos provocados por eventuais ameaças ao equilíbrio do meio ambiente no município de Atibaia. Com esse objetivo, o Coletivo SocioAmbiental de Atibaia reuniu um grupo de profissionais – entre especialistas em áreas de desenvolvimento sustentável, proteção ambiental, defesa civil e representantes de diversos segmentos da sociedade civil – que discute há aproximadamente dois meses uma proposta alternativa para o novo Plano Diretor (PD) de Atibaia.

O PD foi colocado em pauta pela municipalidade por meio de uma agenda de reuniões, debates e audiências públicas que será aberta nesta segunda-feira, dia 11 de fevereiro, às 19 horas com a temática “Sustentabilidade e Meio Ambiente” – Fórum da Cidadania em Atibaia.

A intenção do Coletivo, fundamentado no esforço voluntário e altruísta de seus participantes, é agregar sugestões técnicas baseadas em estudos que possam contribuir com o desenvolvimento sustentável do município, tais como o “Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e do Cerrado”, o “Plano Municipal de Controle de Erosão”, os “Estudos do Serviço Geológico Brasileiro – 2017”, o “Plano de Manejo do Parque Estadual do Itapetinga”, o “Plano de Manejo do monumento Natural Estadual da Pedra Grande”, o “Relatório do Rádio-observatório do Itapetinga – INPE”, dentre outros.

A proposta foi elaborada a partir de uma Macrozona de Interesse Turístico-Ambiental que considera não apenas a vocação turística da Estância de Atibaia como suas características ambientais únicas mas, também, a vulnerabilidade da cidade a desastres naturais como enchentes e deslizamentos. Graças a essa visão integrada, a proposta valoriza áreas rurais do município, vendo-as como componente primordial para a resiliência ambiental da cidade, além de motor importante para a economia.

O trabalho é um esforço voltado à preservação da fauna, da vegetação, à preocupação com as características geológicas, com os recursos hídricos e as crescentes ameaças de escassez global dos recursos naturais.

O trabalho tem sido desenvolvido por meio da discussão de informações técnicas de alta qualidade, analisadas com rigor pelos representantes de diversas áreas do conhecimento. “Os primeiros resultados obtidos mostram que é perfeitamente possível buscar atender as demandas de uma população crescente sem colocar em risco a rica diversidade ambiental que caracteriza o município e este pedaço vital da Mata Atlântica e Cerrado em que vivemos e pelo qual nos cabe zelar”, dizem os especialistas.

Meio Ambiente, Turismo e Resiliência – A criação de uma Macrozona Turístico-Ambiental é a base da proposta, explica o especialista e diretor-presidente da ONG SIMBiOSE, Vinícius Gaburro De Zorzi, e o especialista em planejamento urbano e desenvolvimento sustentável e membro do Conselho Municipal de Turismo da Estância de Atibaia, Francisco Napolitano Leal. Ambos são integrantes do Coletivo SocioAmbiental de Atibaia. A Macrozona é dividida em duas frentes: uma de Preservação e Turismo, voltada à análise de objetivos de Interesse Paisagístico (áreas protegidas da Serra e arredores); riscos contidos no núcleo dessa área (enxurradas, movimentos de massa, etc) e leva em conta ainda a vegetação sensível e rara, bem como fragmentos de vegetação próximos a esse núcleo.

A segunda frente abrange uma área com objetivo voltado ao Uso Sustentável, Preservação e Segurança, que faz a interface com vários componentes. Entram nessa análise tópicos ligados à Segurança Hídrica (mananciais e aquífero colúvio-aluvionar); vegetação condicionada por solo hidromórfico; áreas protegidas com orientação hídrica (Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Atibaia, APA da Usina); riscos próximos ao núcleo da área, como os riscos de inundações e enxurradas do Rio Atibaia.

O objetivo principal da Macrozona definida pelo Coletivo, diz Francisco N. Leal, é “harmonizar a ocupação e a expansão urbana com as características naturais da cidade, de forma a promover a qualidade de vida de todos”.

Mapas temáticos – Além disso, para as áreas que ficam fora dessas divisões da Macrozona, foram elaborados mapas temáticos com informações de vegetação; riscos existentes, zoneamento e uso atual. O cruzamento dos dados desses mapas permite destacar o papel relevante das zonas rurais e das áreas de vegetação da cidade, revelando sua importância como forma natural de proteção contra riscos de desastres.

A íntegra da Proposta, estudos de referência assim como o detalhamento do trabalho e integrantes do Coletivo SocioAmbiental de Atibaia estão disponíveis para os interessados.

Contatos para obter o material completo e/ou participar do coletivo:

Vinícius Gaburro De Zorzi e-mail: viniciuszorzi@gmail.com
Francisco Leal e-mail: chico.lobo.leal@gmail.com
Daniel Abicair e-mail: daniel@abicair.bio.br

Fonte: Assessoria de Imprensa Coletivo SocioAmbiental de Atibaia