7 dicas para quem quer abandonar o sedentarismo em 2022

Veja algumas ideias para ajudar quem não realiza nenhuma atividade física a finalmente cumprir a meta fazer exercícios no novo ano.

Quer sair da vida sedentária no novo ano que está para começar? Embora aquele empurrãozinho necessário para levantar do sofá seja difícil, existem algumas estratégias para uma pessoa começar a se mexer e abandonar o sedentarismo, problema tão comum e preocupante no Brasil. Para isso, o EU Atleta contou com a ajuda da Presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte, Thabata Telles, explicando como incentivar uma pessoa que não realiza nenhuma atividade física ou esporte a aderir a uma prática. Vamos cumprir essa meta em 2022?

(Imagem Ilustrativa: Derek Wolfgang por Pixabay)

Sedentarismo

O sedentarismo é um problema mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sedentarismo é avaliado como o quarto principal fator de risco de mortes no mundo. No Brasil, os dados são alarmantes: de acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) de 2017, apenas três em cada 10 brasileiros praticam atividade física ou esporte, chegando a 37,9% do total. Ou seja, mais de 60% da população seria considerada sedentária.

“Esse é um número bastante alto, ainda mais se contarmos que muitos realizam essas práticas (de atividade física), mas possuem uma vida sedentária, ficando sentados por longos períodos. A falta de tempo costuma ser apontada como uma das principais causas para o sedentarismo, mas eu destacaria o aspecto sociocultural de não priorizarmos as práticas de movimento de um modo geral. Entende-se como algo que se faz quando sobra tempo ou como um remédio: treinei por uma hora, posso voltar a passar o dia sentado. Falta um bom processo de conscientização sobre a necessidade do movimento em nossas vidas, crucial não só para o físico, mas para o próprio funcionamento cerebral”, analisa Telles, explicando que o comportamento sedentário afeta mesmo pessoas que praticam exercícios.

7 dicas

1. Foque no movimento, esqueça os rótulos

Muita gente associa o exercício a algo inatingível, feito apenas por atletas com bom condicionamento físico ou voltados para pessoas com corpos “de capa de revista”. Esqueça os rótulos e clichês, atividade física é para todos e o exercício ideal para cada um é aquele que faz sentido para quem o pratica.

2. Atividade física não se resume a academia

Quer fazer uma atividade? A academia é um dos locais a serem escolhidos, mas não o único. Ainda que conte com equipamentos, profissionais e uma estrutura pensada no praticante, nem todos se adequam a esse formato. Por isso, lembre-se: qualquer atividade, desde que faça seu corpo gerar mais energia do que parado, pode ser considerada uma atividade física. Isso vale para resgatar um esporte dos tempos de criança, como natação, vôlei ou futebol, assim como pedalar no parque, fazer uma caminhada ou aulas de dança. Escolha o que der mais prazer.

3. Procure um ambiente acessível para treino

Outro obstáculo para dar o pontapé inicial seria encontrar o local de treino. Neste caso, tente achar um espaço acessível, próximo aos lugares que frequenta normalmente, sem necessitar percorrer uma grande distância.

“Juntamente com a falta de tempo, a queixa de não encontrar local próximo para se exercitar é bastante recorrente. Se não é possível próximo à casa, que seja próximo ao trabalho ou a outro ambiente de acesso rotineiro. Essas referências são importantes, especialmente para quem não tem o hábito de ir a um local de treino. A exigência motivacional é muito maior para quem se desloca apenas para o treino, sem nenhuma referência por perto”, afirma Telles.

4. Tenha uma companhia ao começar

Convidar um amigo ou parente é, sem dúvida, uma ótima estratégia para quem está iniciando. Assim, cria-se uma sensação de confiança e apoio para lidar com uma atividade nova e a que não estava acostumado. Ao mesmo tempo, serve de motivação e estreita os laços com alguém próximo, deixando o exercício mais agradável. Porém, tenha o cuidado de não virar uma dependência: caso o companheiro de treino não consiga estar mais presente, o praticante pode acabar abandonando o exercício, perdendo todo o ganho até então. Entenda a companhia como um suporte, um auxílio nesse começo.

5. Cuidado com as altas expectativas

As altas expectativas podem atrapalhar o processo de quem está saindo do sedentarismo. Se quer incentivar uma pessoa a fazer um exercício, seja paciente, não faça piadas, nem crie ilusões colocando objetivos inexistentes durante esse caminho. E se é você a pessoa, entenda que o progresso em qualquer atividade física ou esporte é gradual e estabeleça objetivos realistas.

“Além de estabelecer metas concretas, reais e atingíveis, é importante ressaltar que as pessoas são diferentes e que cada corpo reage de acordo com determinada individualidade. Assim, não podemos apressar os processos. No entanto, é importante manter uma constante atenção a si e aproveitar a ocasião para promover maior autoconhecimento, especialmente a nível corporal. Isso facilitará muito em uma perspectiva de se manter ativo por toda a vida”, esclarece Telles.

6. Experimente

Ainda não sabe qual exercício fazer? Pode não ser fácil encontrar uma atividade física que o mantenha motivado, por isso é importante experimentar. Neste início, o recomendável é testar várias atividades para conhecê-las e, assim, descobrir aquela que se encaixa no que estiver buscando, desde que seja prazeroso.

7. Persistência

Quando há uma adesão da pessoa a uma atividade física, o desafio passa a ser fazer com que essa adesão seja de longo prazo. O papel de quem o incentivou continua fundamental, uma vez que a pessoa estará entrando em um universo novo, cheio de desafios. Por isso, procure ajuda de quem sabe ouvir as dificuldades, consiga ajudar a enfrentar esse momento e tenha sensibilidade para lidar com as adversidades dos novos praticantes. A empatia é a chave para manter o estímulo daqueles que querem perseverar numa atividade física.

Fonte: Globoesporte.globo.com