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Skate: como funciona e como andar; dicas para iniciantes

O skate surgiu na década de 50, mas foi somente nos Jogos de Tóquio que a modalidade virou esporte olímpico. O Brasil, por sua vez, foi muito bem representado nas Olimpíadas de 2020 e conquistou duas medalhas de prata, com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, a Fadinha. Como resultado, a procura pela modalidade explodiu. Sites esportivos, donos de escolinhas e instrutores de skate afirmam que a busca pelo esporte disparou no país, principalmente entre os mais novos.

(Imagem Ilustrativa: Santa3 / Pixabay)

O Eu Atleta conversou com os instrutores de skate Alex Barbosa e Raphael Índio, que dão as principais dicas para aqueles que estão iniciando no mundo das quatro rodinhas.

Como funciona o skate?

De acordo com o skatista profissional e instrutor Raphael Índio, o skate é um esporte livre, não possui limites ou regras. A ideia é andar e se divertir da melhor forma. No entanto, como em qualquer outro esporte, há suas dificuldades. Dentre as principais, Índio destaca que o local.

“O Rio de Janeiro, por exemplo, é uma cidade grande onde não há tantas pistas de skate. Por conta disso, as que existem ficam muito distantes uma das outras, dificultando, assim, o fácil acesso entre elas. Além disso, há falta de incentivo de grandes marcas.” aponta.

Modalidades do skate

Confira a seguir um guia com as principais modalidades sobre quatro rodinhas:

Street

Modalidade da Fadinha, esta é mais antiga e mais tradicional, sendo composta por elementos urbanos, presentes no dia a dia das pessoas, como corrimões, escadas e bancos. Na hora de praticar, cabe ao skatista abusar de sua criatividade e técnica para se aventurar em ambientes de rua.

Vertical

Esta é a mais radical do skate, praticada em estruturas verticais (half pipes, bowls e minirampas) onde atinge-se alta velocidade para a execução dos movimentos, demandando um alto desempenho do skatista.

Bowl

Consiste na realização de manobras em pistas com paredes côncavas e inclinadas, imitando piscinas e se assemelhando com bacias. No bowl, espera-se que o skatista seja criativo, afinal, boa parte da execução fica por conta da gravidade proporcionada pela inclinação da pista apenas.

Downhill

Nesta modalidade, o skatista deve descer uma ladeira sobre as quatro rodinhas executando manobras em alta velocidade, sem parar a descida para isso.

Freestyle

Esta é uma das modalidades pioneiras de skate, consistindo na realização de diferentes manobras de chão em sequência, como flip (180 e 360) e hardflip. Vale destacar que, no freestyle, não são utilizados obstáculos para fazer os movimentos.

Park

Modalidade também presente nos Jogos Olímpicos, essa é mais nova do mundo do skate. Pode-se dizer que o park é uma junção de todas as outras modalidades do esporte. Conta com diferentes elementos e obstáculos, além de bowls (pistas em forma de piscina). O estilo exige que os skatistas sejam mais velozes e versáteis.

Segundo Alex Barbosa, a maior dificuldade para um skatista que está começando é em relação ao valor das peças de skate e dos tênis, o que muitas vezes dificulta a constância da prática. Além disso, Alex explica que é importante segurar a ansiedade no começo da prática, principalmente em relação às manobras.

“Ter amigos que andam de skate ou instrutor, de preferência um com boa didática nessa fase de iniciação, é fundamental para os iniciantes aprenderem mais rápido e de forma mais segura. Uma outra dica para alguém que nunca subiu em um skate e é bem comum de acontecer: não saia nos primeiros dias ansioso em fazer manobras, curta o momento”, destaca Alex.

Roupas e equipamentos necessários

“Para andar de skate, o ideal é ter uma roupa que não dificulte os movimentos das articulações. A calça jeans é muito utilizada pela galera do street, desde que ela esteja confortável para realizar as manobras. O equipamento de segurança para quem está iniciando é mais uma proteção, sendo bem-vindos capacete, joelheiras e cotoveleiras. Se tratando da modalidade vertical, aconselho sempre estar com os equipamentos. Já, no street, dá para ter mais flexibilidade depois que o aluno ganha autonomia”, comenta Índio.

O instrutor também lista alguns pontos importantes relacionados à vestimenta e à segurança dos praticantes que estão começando:

Vestes: o tênis deve ser de sola plana, e as roupas confortáveis para facilitar a movimentação;

Equipamentos: capacete, joelheiras e cotoveleiras, de preferência os que não são recreativos (finos, com pouca espuma). Além desses, há o protetor de quadril, bom para crianças e adultos;

Skate: a dica é comprar o produto em uma loja especializada, pois lá será possível encontrar opções para iniciantes, amadores e profissionais. Em qualquer outro estabelecimento, a probabilidade de comprar algo desnecessário é grande.

Dicas para iniciantes

De acordo com Alex, antes de qualquer coisa, o iniciante precisa estar à vontade com o skate. Quanto mais ele subir no skate, mais intimidade terá.

“Uma dica muito básica que eu costumo dar em todas as aulas para quem está pisando no skate pela primeira vez é: treine subir e descer do skate com calma, pondo os pés corretamente e fazendo o giro do tronco e tornozelos diversas vezes. Não é algo prazeroso por não ser uma “manobra”, mas, além de treinar um movimento essencial, o praticante treina o equilíbrio em fases diferentes. Para quem já anda bem de skate, falo como preparador físico: fortaleça a musculatura do core e os músculos abdominais (musculatura profunda, realizando exercícios de estabilidade e equilíbrio), para evitar lesões e também ajudá-los nas manobras”, recomenda o especialista.

Manobras de skate para quem está começando

Impulsos: é a remada com os pés para se deslocar;

Batidas: é a subida da rampa de frente para ela e a virada com o skate em 180°, saindo de costas para a rampa;

Ollie: manobra que consiste no salto do skatista no ar sem o uso das mãos. É fundamental treinar muito o ollie, pois ele é a base da maioria das manobras nas modalidades street e vertical;

Pop shove-it: consiste no giro do skate em 180 graus no ar.

“Inicie treinando o ollie no solo, sem obstáculos. À medida que a manobra for ficando fácil, pode tentar pular uma folha, uma pedaço de madeira ou subir uma elevação baixa, progredindo com cuidado e sempre se divertindo. Ao treinar o ollie e o Pop Shove-it e ter uma boa base nelas, o skatista passa para as variações derivadas, como ollie flip, frontside pop shov, etc”, explica Alex.

Principais modelos de pistas de skate

A seguir, confira alguns dos principais modelos de pista de skate existentes:

1. Half Pipe

A pista é em formato de “U”.

2. Quarter Pipe

Já este espaço lembra um quarto de tubo.

3. Mini Ramp

Esta pista também é em formato de “U”, mas possui com paredes mais baixas.

4. Bowl

A Bowl conta com um formato de bacia.

5. Bank

Apesar de ser parecida com a bowl, neste espaço, o fundo é mais raso, e paredes são mais próximas ao chão.

6. Mega Rampa

Esta conta com quase 30 metros de altura.

7. Street

Já a pista street conta com elementos urbanos, como rampas e corrimão.

O skatista profissional Raphael Índio comenta que, apesar de praticar o esporte por 20 anos, até hoje sente que os desafios são constantes. Por isso, ele acredita que a evolução dos praticantes também será constante. O instrutor ainda explica que o mercado está mais acessível, com lojas físicas e on-line, além de ter mais facilidade no acesso a peças importadas e pistas boas, mesmo sendo uma longe da outra.

“A dica que eu dou para quem estão começando é andar de skate por diversão em primeiro lugar! Esse esporte é aberto a toda cultura urbana (música, arte, moda), é um nicho cultural no qual é possível ser livre no momento em que se está sobre as quatro rodas. A presença do skate nas Olimpíadas é muito importante. Com certeza levantará ainda mais a potência do esporte e, consequentemente, o número de pessoas querendo andar, dando espaço para novos talentos surgirem e nos representar muito bem lá na frente”, comenta o especialista.

Alex Barbosa da Silva é graduado em educação física pela Universidade Gama Filho, especialista em Treinamento Funcional e Qualidade de Vida, personal trainer, skatista e instrutor de skate.

Raphael Índio é skatista profissional, instrutor de skate há 20 anos e criador da escola de skate para crianças Mini Monstros.

Fonte: EuAtleta

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