Um novo contrato assinado no final do mês de dezembro entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Coordenaria Estadual de Defesa Civil do Estado de São Paulo prevê o mapeamento de áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e inundações em 10 municípios abrangidos no Plano Preventivo de Defesa Civil do Estado, e um projeto-piloto para mapeamento de ameaças múltiplas em uma cidade.
Os projetos serão realizados pela Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais do IPT por meio de visitas técnicas aos municípios e posterior organização das informações em mapas, imagens e documentação fotográfica em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), a fim de subsidiar o gerenciamento das áreas e estabelecer parâmetros técnicos e sociais.
Os graus de risco considerados seguem o método desenvolvido em 2007 pelo Ministério das Cidades e IPT, que estabelece quatro condições potenciais de risco: “É importante ressaltar que o projeto tratará dos setores classificados como de risco alto (R3) e muito alto (R4) das 11 cidades”, afirma Marcelo Fischer Gramani, pesquisador e coordenador do projeto. A previsão é de finalização no mês de março ou abril deste ano.
Duas das cidades incluídas no projeto – Cubatão e Mongaguá – estão localizadas na Região Administrativa de Santos; as outras nove são Araraquara, Atibaia, Bebedouro, Miracatu, Piquete, Poá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Votorantim. Estes municípios foram indicados como prioritários por não terem informações atualizadas sobre riscos de deslizamento e/ou inundações – desde o início do projeto, em novembro de 2012, 114 cidades do estado de São Paulo foram mapeadas.
As principais atividades desenvolvidas pelo IPT incluem a pesquisa bibliográfica dos levantamentos de áreas de riscos existentes, a consulta às equipes das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil sobre o número de atendimentos efetuados nos locais que serão avaliados, a realização de vistorias de campo para levantamento de indicadores de risco e tipologias dos processos, e a elaboração de documentação fotográfica.
Uma novidade da nova etapa do projeto será a colaboração do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental para a coleta de imagens aéreas por meio de um drone, explica Gramani:
“Para a setorização de riscos realizada anteriormente, foi utilizado o Google Earth como ferramenta para a identificação dos problemas por conta da facilidade na coleta das informações, mas ele oferece um detalhamento limitado. Agora, serão escolhidos alguns municípios para que seja possível saber como as imagens aéreas podem auxiliar na interpretação dos dados”, diz Gramani.
Os dados coletados serão analisados para fundamentar o relatório técnico, que irá conter informações como descrição da área avaliada, delimitação dos setores de risco identificados em imagem de sensores remotos, quantidade de imóveis em risco, quantidade de pessoas em risco, tipologia do processo (deslizamento, inundação, solapamento de margem) e sugestões de intervenções para minimizar ou eliminar os riscos identificados.
Fonte: Portal do Governo de São Paulo