‘Gripe dos gatos’: entenda o que é rinotraqueíte causada por vírus e que pode evoluir para pneumonia

Herpesvírus felino e calicivirus felino, causam sintomas parecidos com da gripe em humanos, tais como espirros, coriza e falta de apetite. Chegada do outono pode contribuir para infecção dos felinos.

Com maior incidência nesse período de outono, o complexo respiratório felino, conhecido como rinotraqueíte, é uma doença causada pelo vírus herpesvírus felino e o calicivirus felino, que causa sintomas parecidos com da gripe em humanos, tais como espirros, coriza e falta de apetite, por isso, é comumente chamada de “gripe dos gatos”.

Chegada do outono pode contribuir para infecção dos felinos (Imagem Ilustrativa: KatinkavomWolfenmond / Pixabay)

A doença tem mais incidência nos animais domésticos com a chegada dos dias mais frios e , apesar de muitos veterinários não gostarem dessa associação, há muita similaridade entre os sintomas sentidos por pessoas e pelos felinos.

As temperaturas mais frias contribuem para a diminuição da eficiência do sistema imunológico dos gatos e isso faz com que o vírus seja ativado nos animais portadores. Além disso, a infecção viral causa uma inflamação que favorece a contaminação dos felinos por bactérias oportunistas, fazendo com que o estado seja agravado.

A médica veterinária Vanessa Zimbres, especializada em medicina felina, explica que “cerca de 85% dos gatos são portadores desses vírus”.

Prevenção

A vacina contra o herpesvírus, calicivirus e clamídia faz parte das vacinas recomendadas para todos os filhotes a partir dos 45 dias. Mas é importante destacar que a finalidade da vacina é evitar complicações clínicas da doença, mas não impede que o gato contraia o vírus.

Além das vacinas anuais, uma das maneiras de evitar a rinotraqueíte é evitar que o contato do seu pet com outros gatos infectados impedindo que ele saia para a rua. Mas ainda sim, o gato pode contrair o vírus em outros locais, se ele for internado por alguma outra razão, por exemplo, como orienta a veterinária.

“É importante conhecer a estrutura do local que irá receber o felino. Uma clínica, por exemplo, precisa ter os gatis de vidro para internação. Se for uma gaiola, ela não impede que os espirros de um gato contaminem o vizinho. Às vezes, o gato é internado por um motivo e acaba saindo do local com um problema respiratório.”

Recuperação

A maioria dos gatos com rinotraqueíte se recuperam quando acaba o ciclo do vírus, sem precisar de auxílio de medicamentos, assim como os humanos. Mas em alguns casos, a doença pode evoluir para um quadro de pneumonia.

“O vírus pode não ficar retido apenas às vias áreas, atingindo outros locais. Em alguns casos, ele pode causar úlceras na pele do rosto do felino. “Em filhotes, o herpesvírus pode destruir a mucosa nasal e os ossos do nariz, fazendo com que o gato nunca mais deixe de apresentar secreção”, relata Vanessa.

Os problemas oculares são uma das complicações causadas pelo vírus e podem ser percebidos de diferentes maneiras. O felino pode ter desde uma sujeirinha no olho até um sério quadro de conjuntivite. O herpesvírus é capaz até mesmo de provocar úlcera de córnea, resultando na perfuração do olho do felino.

Os veterinários orientam que o tutor nunca deve colocar nenhum colírio nos olhos do seu pet sem indicação de um médico veterinário, mesmo se tratando de um caso grave. O ideal é procurar um médico veterinário caso o seu gato apresente qualquer sintoma da rinotraqueíte, como indisposição, coriza e espirros, para que uma análise clínica seja feita e o pet seja medicado se for necessário.

Fonte: G1.globo.com