Com intervalo de poucas horas, mãe e filha morrem vítimas da Covid-19 em Bragança Paulista

Mãe e filha eram professoras na rede pública na cidade e morreram no último domingo (21).

Com intervalo de poucas horas, mãe e filha morreram vítimas da Covid-19 no último domingo (21). As duas eram professoras da rede pública em Bragança Paulista e foram diagnosticadas com coronavírus no início do mês.

Vivian Teixeira Bueno, de 38 anos, era professora da rede municipal na cidade e dava aulas na escola Comendador Hafiz Abi Chedid. Ela foi internada com a doença no dia 11 de março e estava na Santa Casa de Bragança Paulista.

Dois dias depois, em 13 de março, a mãe, Marilene Silva Teixeira, de 62 anos, que também havia testado positivo para a doença foi internada. Ela era professora aposentada, mas voltou a dar aulas em 2020 pela rede estadual e estava atendendo os alunos da escola Dom Maurício da Roça. A Secretaria de Educação informou que ele estava atuando de forma remota.

(Imagem Ilustrativa de Mahmoud Ahmed por Pixabay)

Sem vagas na cidade, Marilene foi internada em um hospital na capital. A família conta que passou 12 horas com a mãe precisando de oxigênio em busca de um leito.

“O médico disse que ela precisava de suporte de oxigênio, mas não tinha. Foram 12 horas em pânico, com medo de perdê-la ali, sem ter atendimento. Nem por todo dinheiro do mundo os hospitais tinham vaga, a rede pública não tinha vaga”, conta a filha Letícia Teixeira.

As duas tiveram evolução no quadro grave da doença, não resistiram e morreram neste domingo (21) com poucas horas de diferença. A filha conta que a mãe morreu na manhã de domingo e a irmã por volta das 16h, quando a mãe era enterrada.

“Nós fomos pela manhã vê-la e pedir para contar, mas os médicos pediram para não falar porque ela estava muito abalada, já sabendo que minha mãe estava internada grave. Tiraram o celular dela, mas enquanto enterrávamos minha mãe ela precisou ser entubada, teve uma parada cardíaca e morreu. Quando chegamos do cemitério recebemos a notícia”, relata.

O corpo de Vivian foi enterrado na manhã de segunda-feira (22) em Bragança Paulista. Ao G1, a família fez o apelo pedindo que as pessoas respeitem o isolamento e não se coloquem em risco.

“Quando eles dizem que não há leitos, não há. Tentamos de tudo, em todo lugar. Não é brincadeira a situação que estamos vivendo. Não desejo essa dor a ninguém”, conta.

A Apeoesp, associação que representa os professores, lamentou as mortes e reforçou o pedido de que o governo estadual vacine os professores. A associação ainda alertou que na escola estadual onde Marilene trabalhava, este é o segundo óbito pela doença.

A família acredita que a contaminação de ambas tenha relação com a escola. Os três filhos de Vivian testaram positivo depois que a professora deles foi infectada pelo vírus. Após o teste, Vivian, o esposo, Marilene e o marido também testaram positivo. Os dois se recuperaram.

Em nota sobre o caso, a prefeitura lamentou as mortes. A Secretaria Estadual de Educação também se solidarizou com a família e informou que a idosa esteve em teletrabalho durante a pandemia e que não há caso positivo na escola em que ela atua.

A diretoria de ensino disse ainda que todos os casos de Covid-19 são registrados e todos os protocolos de segurança são seguidos nas escolas.

Bragança Paulista

O sistema de saúde na região bragantina vive um colapso por causa da doença. Há mais de um mês a região bragantina não tem leitos para pacientes com a doença.

Bragança Paulista tem mais de 11 mil casos confirmados da doença e 219 mortes. Neste mês de março a cidade bateu o recorde de mortes pela doença.

Fonte: G1.globo.com