Avanço da pandemia é mais veloz no interior de SP do que na capital, aponta estudo

Pesquisa, feita pelo Centro de Contingenciamento da Secretaria Estadual da Saúde em parceria com a Unesp, aponta pico dos casos em cidades do interior no mês de maio.

O estudo realizado pelo Centro de Contingenciamento da Secretaria Estadual da Saúde, em parceria com a Unesp, revelou na quinta-feira (14) que na primeira quinzena do mês de maio a ampliação do contágio de coronavírus no interior paulista está com uma velocidade maior do que na capital.

Ao G1, o médico e professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu e integrante do Centro de contingenciamento, Carlos Fortaleza, afirmou que, como os casos de Covid-19 no interior estavam no mês de abril “três semanas atrás” dos registrados na capital, o número começou a ter uma crescente no mês de maio.

“O nosso estudo em abril apontou esse atraso de três semanas em relação à capital e que as grandes cidades do interior, que ficam às margens das rodovias, teriam esse aumento de casos. Percebemos que realmente está ocorrendo isso e que hoje a velocidade dos casos está maior do que a capital. Isso sem dúvida está acontecendo”, afirma.

“Pensa em dois carros na pista. O carro que representa a capital está andando com uma velocidade alta e está a frente do que representa o interior. Porém, agora em maio, o carro do interior está bem mais veloz, correndo”, explica.

Segundo o professor, o estudo mostra que grande municípios não só podem receber casos de coronavírus de forma direta da capital, como multiplicar os casos e colocar em risco os municípios vizinhos.

“Em abril tínhamos essa previsão de que iria ocorrer e está ocorrendo. A diferença é que antes havia uma distinção do que deveria ter sido feito em relação ao fechamento nessas menores cidades. Claro que a capital fez muito antes. Mas agora não ha distinção entre capital e cidades do interior quanto à abertura. Só não teve mais casos porque houve o isolamento social”, afirma.

Conscientização

Ainda conforme o médico, a conscientização em cidades interioranas também demorou para chegar, o que tem prejudicado.

“Falo no presente ainda. Está demorando para chegar em muitos municípios que estão afastados dos grandes centros. Os números estão salpicados e não chamam atenção dos moradores. Porém, a doença está avançando e é sério. Só não tivemos mais casos por causa do isolamento. Mas ainda ele precisa ser feito com mais consciência”, diz.

Fonte: G1.globo.com (leia a matéria completa)