Casos de coronavírus têm alta em jovens de 20 a 29 anos em SP

Grupo representa 16,4% do total de casos do estado, ficando atrás apenas de adultos de 30 a 39 anos (23,9%) e 40 a 49 anos (21,2%).

Os jovens que compreendem a faixa etária dos 20 aos 29 anos tiveram o aumento mais expressivo nos casos de coronavírus no estado de São Paulo entre os meses de junho e agosto. No último dia de junho, eles representavam 14,8% dos casos. Agora, são 16,4% dos infectados por Covid-19. O crescimento foi de 10% no período.

Com esse aumento, os jovens, que terminaram o mês de junho na quarta colocação no ranking das faixas etárias com mais casos de Covid-19, passaram para o terceiro lugar.

Casos de coronavírus têm alta em jovens de 20 a 29 anos em SP (Imagem Ilustrativa de Candid_Shots por Pixabay)

No dia 30 de junho, os jovens de 20 a 29 anos ficavam atrás no número de casos dos adultos de 30 a 39 anos (24,5% dos casos), de 40 a 49 anos (22%) e de 50 a 59 anos (15,6%). Mas, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Governo do estado, agora eles ficam atrás apenas das pessoas entre 30 e 39 anos (23,9%) e de 40 a 49 anos (22%).

Juntas, as três faixas etárias mais jovens (menores de 10 anos; 10 a 19 anos; e 20 a 29 anos) foram as únicas com aumento no total de casos do estado no período.

Segundo o infectologista e pediatra Renato Kfouri, essa oscilação entre os mais novos pode apontar uma tendência de aumento de casos nessas faixas etárias.

“Os jovens são os que se movimentam mais, os que se reúnem mais e também os mais difíceis de fazer atender os protocolos. Eles são os primeiros a voltar para academias, para os bares, e muitos são economicamente ativos, voltam para o trabalho”, afirma o infectologista.

Kfouri pondera que o aumento, entretanto, ainda é pouco expressivo e deve ser observado ao longo dos próximos meses. “Os números devem continuar sendo seguidos para podermos cravar se vai haver um aumento significativo. Principalmente se as crianças voltarem às aulas, para ver se essa tendência de aumento de casos se confirma”, explica.

Para o pediatra, os números de crianças infectadas não representam a realidade. “Está se testando mais, mas os testes continuam sendo somente nos sintomáticos. Exceto os casos de testar quem mora com alguém que testou positivo, por exemplo, mas essa não é a rotina”, explica Kfouri.

Nesta terça (18), a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo apresentou os resultados de um inquérito sorológico feito com seis mil crianças de 4 a 14 anos. O estudo mostrou que 16,1% delas já tiveram contato com o novo coronavírus. Dessas, mais de 64% foram assintomáticas, ou seja, não manifestaram sintomas quando estavam infectadas.

“A gente procura menos nas crianças, que são mais assintomáticas, logo, encontra menos Esse número de crianças infectadas certamente é muito maior do que os dados mostram”, afirma o infectologista.

Fonte: G1.globo.com (leia a matéria completa)