Instituto Adolfo Lutz confirma primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil

Paciente, um homem de 41 anos que viajou à Espanha e Portugal, está em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista.

O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta quinta-feira (9) o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil. O paciente, um homem de 41 anos que viajou à Espanha, segundo país com o maior número de casos da doença, foi colocado em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital. Ele tem bom estado clínico.

“A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso de Monkeypox no Brasil. A confirmação ocorreu pelo Instituto Adolfo Lutz após realização de diagnóstico diferencial de detecção por RT-PCR do vírus Varicela Zoster (com resultado negativo) e análise metagenômica do material genético, quando então foi identificado o genoma do Monkeypox vírus”, diz nota da Secretaria da Saúde de São Paulo (veja a nota completa abaixo).

(Imagem Ilustrativa: Alexandra_Koch por Pixabay)

Nesta quinta-feira, o caso havia sido confirmado à TV Globo. Todas as pessoas que tiveram contato com o paciente estão sendo monitoradas.

Além deste caso, a Prefeitura de São Paulo informou que monitora o estado de saúde de uma mulher de 26 anos, sem histórico de viagem ao exterior, hospitalizada com suspeita de ter contraído a doença. Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a paciente passa bem. Familiares e pessoas próximas à ela também estão sendo acompanhados pela gestão municipal.

Em nota divulgada na quarta (8), o Ministério da Saúde informou que oito casos estão em investigação em todo o país. Segundo a pasta, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo têm um caso suspeito cada um, e há ainda dois casos em monitoramento em Rondônia e outros dois em Santa Catarina.

No domingo (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ter confirmado 780 casos de varíola de macacos em todo o mundo. Os dados correspondem ao intervalo entre 13 de maio e 2 de junho e leva em conta apenas pacientes identificados em locais em que a doença não é endêmica. Segundo a entidade, não houve mortes relatadas.

Nota Secretaria da Saúde

“A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (9) o primeiro caso de Monkeypox no Brasil. A confirmação ocorreu pelo Instituto Adolfo Lutz após realização de diagnóstico diferencial de detecção por RT-PCR do vírus Varicela Zoster (com resultado negativo) e análise metagenômica do material genético, quando então foi identificado o genoma do Monkeypox vírus.

O caso é um homem de 41 anos, residente da Capital, com histórico de viagem para a Portugal e Espanha, e que está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em bom estado clínico. Todos os contatos do paciente estão sendo monitorados pelas equipes de vigilância.

O Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) estadual e a prefeitura de São Paulo também investigam desde a semana passada um outro paciente, uma mulher de 26 anos, também moradora da Capital.

Sobre Monkeypox (varíola do macaco)

A Monkeypox é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Este contato pode ser exemplo pelo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões.

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De 1 a 3 dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Prevenção:

– Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;

– Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente.

– Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.

Mundo

A OMS disse que a varíola dos macacos traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica.

“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, disse a OMS.

A organização diz que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola dos macacos.

Sintomas e transmissão

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

“Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração”, explica Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

“O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.

Fonte: G1.globo.com