Medicamentos de alto custo fornecidos pelo Ministério da Saúde estão com abastecimento irregular

Em nota, a pasta informou que mantém todos os esforços para garantir o abastecimento dos medicamentos e que as entregas são feitas de maneira parcelada. Não informou, porém, quando os remédios solicitados pelo governo paulista serão entregues.

Por falta de medicamentos de alto custo, pacientes em tratamento contra o câncer, imunodeprimidos e transplantados, por exemplo, estão sofrendo com dores e tendo que recorrer a doações para não interromper o tratamento. Por direito, o governo tinha que fornecer o medicamento, mas muito deles estão em falta nas farmácias de alto custo do governo estadual.

De todos os medicamentos de alto custo que deveriam ser disponibilizados pelas farmácias, 128 são fornecidos pelo governo federal. Desses, 40% estão tendo abastecimento irregular. Segundo a Secretaria estadual da Saúde, 28 medicamentos estão em estoque muito baixo e 14, indisponíveis.

(Imagem Ilustrativa: Pexels por Pixabay)

O Ministério da Saúde, informou que mantém todos os esforços para garantir o abastecimento dos medicamentos e que as entregas são feitas de maneira parcelada, no entanto, não informou quando os remédios solicitados pelo governo estadual vão ser entregues.

Medicamentos em falta:

  • Dasatinibe/Imatinibe: utilizados por mais de 500 pacientes
  • Pramipxol: utilizados por mais de 4.500 pacientes
  • Sevelâmer/Tacrolino: mais de 30 mil pacientes

O aposentado Tiago Pereira descobriu um câncer no pulmão com metástase óssea em 2020. Ele chegou a perder 15 kg e recuperou 10 kg graças a um tratamento no Hospital São Paulo. Mas, no último mês, o atendimento se tornou irregular por falta de medicamentos para a quimioterapia. “Essa sequência foi quebrada e voltei a sentir dores que sentia há um ano.”

A outros medicamentos auxiliares, receitados em dezembro, ele nunca teve acesso. “Na quarta-feira (1º), após a minha esposa falar com a diretoria do hospital, eles informaram que o problema é o remédio ser caro.”

Já a professora aposentada Fabiana Dal Ri Barbosa está recorrendo a doações para continuar o tratamento da esclerose múltipla desde dezembro de 2020. O remédio que ela precisa tomar custa cerca de R$ 2.500.

“Estamos vivendo às custas de doações de pessoas que tinham o remédio guardado e fizeram troca de medicação. E na farmácia de alto custo já avisaram que não sabem quando será feita a regularização. Fico com esse sentimento de angústia e agonia, por não saber o que vai ser do futuro”, afirma.

Na falta de medicamento, os pacientes procuram a Justiça. No primeiro semestre deste ano, o estado gastou mais de R$ 15 milhões com remédios que deveria ter recebido do Ministério da Saúde.

“Ficamos nessa situação de regularizar um, e um outro medicamento fica atrasado. Precisamos fracionar, os pacientes acabam retornando três vezes na mesma unidade. Temos mais de 200 mil pacientes em tratamento, precisamos de regularidade no fornecimento para evitar a interrupção”, afirma Alexandra Fidêncio, coordenadora de Assistência Farmacêutica.

Em nota, o Hospital São Paulo informou que tem empenhado esforços para que todos os pacientes sejam bem atendidos, mas que a aquisição de medicamentos de alto custo depende das compras feitas pelo Ministério da Saúde e pelo governo do estado.

Fonte: G1.globo.com