Nutricionista dá 7 dicas para uma ceia de Natal tradicional saudável

Entenda como deixar a época mais gostosa do ano ainda mais suculenta, preservando a saúde com escolhas benéficas para o corpo, mas que resguardam o sabor e as tradições.

Não é segredo para ninguém que a ceia de natal é um dos jantares mais fartos do ano. Pernil, peru, frango, chester, carne assada, lombo e peixe, normalmente bacalhau, só no prato principal. Acompanhamentos abundantes e pelo menos mais de duas opções de sobremesa também fazem parte do cardápio. Por ser um evento aguardado o ano inteiro, a ceia é o momento mais especial da noite, e são várias as delícias típicas dessa época pela qual muita gente espera ansiosamente. Os benefícios dos alimentos da ceia de natal são inúmeros, pois boa parte das refeições são baseadas em comida de verdade, feita em casa. Apesar de grande parte das receitas oferecer benefícios, é necessário ficar atento ao que pode ser prejudicial para a saúde. Por isso, a nutricionista Luanna Caramalac ensina sete maneiras de a ceia de natal ser saudável.

(Imagem Ilustrativa: PublicDomainPictures por Pixabay)

Para começar, é importante lembrar alguns nutrientes que podem ter destaque na ceia. Preparações com oleaginosas, como nozes e castanhas, são ricas em proteína, garantem fonte de ômega 3, aminoácidos, selênio, zinco, magnésio, além de gerar mais saciedade. Essas vantagens também servem para as bebidas, como o vinho tinto, que é rico em resveratrol, fitonutriente que age protegendo o corpo contra infecções por fungos ou bactérias, bem como um excelente antioxidante benéfico ao nosso organismo. Mas vamos às dicas!

1 – Atenção à base das preparações

As preparações natalinas são saudáveis de modo geral, pois prioriza-se o alimento real, e não versões industrializadas dele. Porém, o que pode deixar uma ceia mais perigosa para o organismo é a maneira como o preparamos. Alguns temperos prontos possuem potencial cancerígeno, além de corantes e aromatizantes que podem causar reações alérgicas em algumas pessoas. Vale optar pelo tempero natural, que costuma render e ser até mais barato. Algumas opções são o sal integral (rosa ou marinho) e ervas como orégano, alecrim e cheiro verde, além do alho e da cebola. Evite ao máximo condimento e aditivos químicos.

“A regra básica é: quanto mais industrializado for o produto, quanto maior o tempo de validade, menos saudável será essa preparação”, ressalta a nutricionista Luanna.

Temperos industrializados costumam expirar a validade após cerca de seis meses a um ano. Por durar tanto tempo, já dá pra imaginar o estrago que eles podem causar no seu corpo, né? Luanna ainda ressalta que a troca de substâncias de produtos alimentícios que têm uma quantidade enorme de aditivo químico por temperos naturais traz inúmeros benefícios ao nosso organismo, pois quanto mais aditivo químico colocamos para dentro, mais sobrecarregamos nosso intestino, alterando a permeabilidade dessa microbiota intestinal, gerando inflamação, sobrecarregando o fígado, que é o órgão fundamental para fazer todo o processo de desintoxicação do nosso organismo.

“Muitas pessoas relatam ter um inchaço, que é um sintoma que reflete essa sobrecarga, causada pelos temperos industrializados”, afirma.

2 – Substitua frituras por assados

Sabemos que os alimentos fritos acabam ganhando uma textura tentadora, além de otimizar o tempo de quem está preparando a refeição por serem rápidos, práticos e fáceis de fazer. Mas o excesso de gordura, principal problema da fritura, pode ser bastante prejudicial à saúde. Luanna comenta que a alta temperatura na preparação de um alimento frito libera substâncias tóxicas, elevando o colesterol ruim e sobrecarregando o fígado.

“Também pode levar a inúmeros malefícios estéticos, como a celulite, que é uma inflamação, retenção hídrica e ganho de peso. Por isso, substituir a preparação de alimentos fritos por assados será muito mais saudável”, indica.

3- Garanta fartura, mas evite desperdício

Todo mundo quer comer bem no natal, não é mesmo? Mas é muito importante tomar cuidado com o desperdício. Uma boa forma de conservar os alimentos e reaproveitá-los nos dias seguintes é porcionar as preparações e não levar tudo à mesa de uma única vez.

Por exemplo: dividir as sobremesas em copinhos ou ir repondo saladas e refogados conforme acabarem. Assim, todo mundo irá comer bem, sem deixar sobras. Se mesmo assim restar algo, ficará mais fácil de armazenar no congelador ou geladeira. Dessa forma, tudo o que ficar refrigerado terá maior durabilidade.

“Geralmente, o porcionamento calculado para festas, quando as pessoas costumam comer mais, é de 200 a 300 gramas por pessoa”, informa a nutricionista Luanna.

4 – Frutas na sobremesa

Um dos segredos para não comprometer a saúde é encontrar o equilíbrio entre os alimentos ricos em gorduras e açúcares com os mais leves e saudáveis. As frutas frescas e secas, além das castanhas e sementes, além de enfeitarem a mesa de Natal, são excelentes opções do ponto de vista nutricional.

Algumas das frutas que estão com a produção em alta no Brasil nessa época são:

  • Cereja, rica em vitaminas A, B e C, além de ser boa fonte de minerais, pode ser usada para criar caldas exóticas do prato principal e acompanhamentos;
  • Lichia, rica em vitamina C, cálcio e potássio, podendo ser consumida isoladamente ou ser usada para a elaboração de doces, compotas e bebidas refrescantes;
  • Ameixa, fonte de vitamina C, A e K. Pode ser usada em receitas doces, salgadas e também é excelente adicionada a sucos;
  • Damasco, fonte de vitamina C e vitamina A. Pode ser usado em receitas doces ou salgadas (especialmente acompanhado de queijos como o brie);
  • Figo, rico em fibras alimentares, ácidos graxos ômega 3 e 6, vitamina C e B, ele pode ser usado para criar compotas, geleias e molhos;
  • Uva, rica em vitamina K, C e antioxidantes como os flavonoides. Pode ser consumida em sua forma fresca, como também ser usada na produção de sucos, doces.

5 – Não caia em tentações

Nessa época do ano, as estratégias de marketing são ainda mais sedutoras que nos outros meses. Faça uma lista antes de ir ao mercado e siga estritamente o que foi definido, assim você não comprará mais do que o necessário.

Para evitar o exagero de opções na ceia, é interessante conversar com todos os envolvidos para dividir os trabalhos da preparação, certificando-se de que todos estão alinhados em relação às quantidades necessárias do porcionamento, sugeridas no item 3 desta lista.

6 – Consciência alimentar

É importante ter em mente que não existem alimentos 100% inimigos ou proibidos. O que vale lembrar é que tudo em excesso pode fazer mal, algumas coisas mais do que outras. Ter uma relação mais harmoniosa com a sua alimentação é fundamental para aproveitar a ceia de forma confortável, sem peso na consciência.

Não há nada de errado em investir naquilo que vale a pena para você. Comer aquilo que te dá prazer e te nutre emocionalmente é infinitamente mais importante, sem exageros, claro.

“Se permita, não é uma ceia de um dia que vai estragar todo o seu processo e estilo de vida saudável”, explica a nutricionista Luanna.

7 – Equilíbrio é a chave

A ceia de natal é um momento de confraternização. Por isso, mais importante do que comer, é aproveitar os momentos ao lado de quem você ama. Seja a sua família, amigos ou pessoa com quem você se relaciona. A comida nos une, isso é fato, mas é sempre bom ressaltar que os momentos que colecionamos ao lado de quem nos faz bem são potencializados durante a ceia. Pode sim comer um doce no Natal (a não ser em caso de pessoas que têm questões como diabetes, e que devem consultar seu médico antes), ou uma comida que não faça parte da dieta regular.

“Algumas pessoas esperam o ano inteiro para comer o pavê que a avó faz só no Natal, ou o peru recheado da tia. Isso é memória afetiva em relação à comida”, explica a nutricionista Luanna.

Fonte: Luanna Caramalac Munaro é nutricionista pela Uniderp (MS) com pós-graduação em nutrição clínica funcional integrativa pela VP (Centro de Nutrição Funcional).

Fonte: EuAtleta