Saúde: Beber pouca água faz mal? O que pode causar?

Doenças, disfunções corporais, dores: nutricionista e endocrinologista explicam o que pode acontecer com seu corpo quando você tem esse hábito.

Não há como viver sem beber água. Ela representa de 40% a 80% do peso total do ser humano, e as funções vitais dos órgãos dependem dela para acontecerem plenamente. A água é o principal componente de nossos órgãos vitais, como o cérebro, fígado ou coração. De modo similar, os ossos e até mesmo o espaço entre as células contêm uma alta proporção deste líquido.

No entanto, a quantidade de água que devemos ingerir por dia pode variar. Em média, para suprir todas as necessidades do organismo é preciso tomar em torno de dois litros. Todos os dias. Sua absorção no corpo otimiza a circulação, melhora o processo de oxigenação celular e ajuda a manter os tecidos em boas condições.

(Imagem Ilustrativa: Colin Behrens por Pixabay)

A grande questão é que, infelizmente, esse processo de hidratação não faz parte da rotina de todo mundo. Algumas pessoas demoram muito para beber água, outras só bebem quando expostas ao sol muito forte, depois de uma corrida ou após treinos intensos. Se você é uma delas, o EU Atleta conversou com a nutricionista Taís Rodrigues e a endocrinologista Thaís Areias para entender melhor os efeitos de beber pouca água no organismo.

A maioria dos problemas relacionados à baixa ingestão de água é causada pela desidratação. O que acontece com frequência, porém, é que muita gente espera ter sede para beber água. A sede é, sim, um sinal de alerta para a necessidade do corpo por água, mas ela aparece quando a quantidade de líquidos no organismo já se encontra abaixo do nível desejado.

Checklist de problemas que beber pouca água pode trazer

  • Pessoas desidratadas apresentam menor volume de sangue que o normal, o que acaba atrapalhando o funcionamento do coração;
  • A falta de água pode causar fraqueza, tontura, dor de cabeça, fadiga e, se for muito prolongada, levar à morte.

Alguns sintomas de desidratação são:

  • Ressecamento de pele e mucosas
  • Envelhecimento precoce da pele
  • Retenção de líquido corporal
  • Prejuízos na função renal
  • Urina escura (concentrada)
  • Fadiga
  • Dor de cabeça
  • Cansaço
  • Dificuldade de perder peso
  • Constipação (prisão de ventre)
  • Nefrolitíase (pedra nos rins)

A nutricionista Taís Rodrigues explica que a desidratação ocorre quando a perda de água é maior que a sua reposição. Lembrando que a água do corpo fica acumulada dentro dos tecidos e no interior das células.

A médica endocrinologista Thaís Areias ressalta que com a desidratação, nosso corpo não trabalha com a mesma capacidade. Nós precisamos de água para as células funcionarem perfeitamente e, assim, gerarem energia.

“A desidratação crônica gera uma incapacidade dessa célula trabalhar bem, gerando sintomas como boca seca, urina concentrada, entre outros. Muitas pessoas (desidratadas) são assintomáticas ou têm sintomas que não levam tão a sério, como constipação e cansaço”, acrescenta.

A sede é um sinal de desidratação também, mas muitas pessoas não têm sede e mesmo assim estão desidratadas. Por isso, é fundamental criar o hábito de estar sempre com uma garrafa de água por perto, para tomar goles constantes.

“Aplicativos e despertador também ajudam para aqueles que são esquecidos”, comenta Thaís.

Se beber somente água lhe parecer demais, saiba que parte da ingestão diária pode ser suprida com outras fontes, como sucos, água de coco, leite, frutas, chás e sopas. Evite, porém, bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos artificiais.

“Nosso cérebro recepciona o mesmo sinal para sede e fome. Por conta disso, muitas vezes, quando submetidos à hidratação inadequada ou insuficiente, perdemos a percepção de fome fisiológica”, explica a nutri Taís.

Uma das formas de equilibrar o consumo calórico alimentar, é regular a ingestão hídrica diária. No começo pode ser um pouco difícil, mas depois o seu corpo acostuma e você beberá mais água naturalmente.

Afinal, qual a quantidade ideal de água que deve ser ingerida ?

Sabemos que são 2 litros por dia, mas esse padrão serve para todos os corpos, idades e pesos igualmente?

“Não. Um jogador de futebol durante uma partida precisa de muito mais água do que uma pessoa que só caminha”, explica a endocrinologista Thaís Areias

Variações na quantidade também são necessárias se a pessoa vive em regiões mais quentes, trabalha em ambientes quentes ou exposta ao sol.

De acordo com as especialistas, um cálculo deve ser feito. O ideal é que seja consumido uma média de 35ml por peso corporal.

Suponhamos uma pessoa que pesa 72kg. O cálculo realizado será o seguinte: 72kg X 35ml= 2.520.

Ou seja, 2 litros e 520 ml por dia, que equivale a 10 copos e meio.

Para quem faz treinos intensos, no entanto, o cálculo é um pouco diferente.

“A necessidade de ingestão para praticantes de atividade física é de 45ml por quilo de peso”, ressalta a nutricionista Taís Rodrigues.

Fonte: EuAtleta