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Saiba quais são os 5 alimentos que podem piorar a depressão

Você sabia que existe uma relação entre nutrição e depressão? Para quem apresenta o quadro, a comida pode representar uma forma de lidar com as emoções negativas ou recompensa relacionada à produção de dopamina. Evidências científicas sugerem que pessoas com transtornos mentais geralmente consomem comidas ricas em gordura e açúcar em excesso, além da ingestão inadequada de alimentos ricos em nutrientes. Alguns grupos de alimentos, porém, estão associados à piora do humor, sensação de ânimo e prazer, o que pode agravar a depressão. Para nos ajudar a entender mais sobre o assunto, o médico psiquiatra Antônio Geraldo da Silva selecionou uma lista com alguns alimentos que podem piorar o quadro depressivo. Acompanhe!

Açúcar pode gerar desânimo e exaustão (Imagem Ilustrativa de Bruno /Germany por Pixabay)

Segundo o psiquiatra, itens altamente processados/industrializados, bebidas energéticas, café, álcool, fast-food, açúcar em excesso, são alguns alimentos que, se presentes nas escolhas diárias, podem impactar negativamente o quadro depressivo pois contribuem para o surgimento ou potencialização de alguns dos sintomas.

1 – Café e outras bebidas ricas em cafeína

O café, em doses moderadas, é relacionado a diversos benefícios para corpo e mente. Mas também pode causar efeitos ruins quando tomado em excesso ou quando ingerido por pessoas suscetíveis à potencialização de seus efeitos, como é o caso de pessoas em depressão. De acordo com o psiquiatra, o café aumenta o nível de estresse e ansiedade, diminuindo o efeito dos medicamentos, pois potencializa os males associados à ansiedade. Além disso, o excesso de cafeína foi associado à gravidade da depressão em um estudo publicado na revista científica Korean Journal of Family Medicine. A pesquisa analisou o questionário de 234 alunos do ensino médio em Daegu, Coreia do Sul, e concluiu que o excesso de cafeína tem relação significativa com sintomas depressivos leves a graves e insônia limítrofe. Isso vale também para outras bebidas ricas em cafeína, como os energéticos.

2 – Álcool

Bebidas alcoólicas e medicamentos antidepressivos não devem ser misturados, pois a combinação pode acentuar os sintomas da depressão e deixar o quadro mais difícil de tratar. Além disso, está ligado a um aumento no risco de efeitos colaterais, como sonolência. Antônio da Silva explica ainda que o consumo do álcool diminui a absorção de nutrientes que são benéficos para saúde, como vitaminas e sais minerais, podendo piorar o ânimo do paciente que passa por um quadro depressivo.

3 – Açúcar

Segundo um estudo realizado por pesquisadores chineses, pacientes com depressão tendem a buscar por alimentos ricos em açúcar, devido ao pico de dopamina e serotonina causado pelo consumo dessas comidas. Porém, a queda brusca do nível de glicose após o efeito gerado pela alimentação pode causar desânimo e exaustão no indivíduo.

4 – Fast-food

Segundo o médico psiquiatra, fast-foods são alimentos com altos níveis de açúcar, sal, gorduras trans e saturadas, conservantes e corantes, ou seja, ricos em substâncias que contribuem para quadros de inflamação, irritação e agressividade.

5 – Alimentos ultraprocessados

Os industrializados possuem alto nível de gordura saturadas e trans, o que, segundo o médico Antônio da Silva, afeta diretamente os neurônios, deixando a pessoa mais irritada, nervosa, menor sensação de prazer e com menor atividade cerebral.

Lembrando que há ainda as gorduras insaturadas e poli-insaturadas, chamadas de gorduras boas, com os ácidos graxos ômega 3, 6 e 9. Essas são gorduras mais benéficas para o organismo, diferentemente das trans e saturadas, e estão presentes em alimentos mais naturais, menos processados.

Mudança de hábitos alimentares e depressão

Uma dieta de qualidade é composta pela alta ingestão e grande variedade de alimentos, como vegetais, frutas, grãos integrais, nozes e sementes. Além disso, ingestão moderada de proteínas de qualidade como as provenientes de grãos e oleaginosas, frutos do mar, carnes magras e laticínios, assim como baixa ingestão de alimentos altamente processados. Para o médico psiquiatra, essa dieta de alta qualidade tem influência na diminuição do risco de desenvolver transtornos mentais como a depressão, pois manter uma alimentação adequada e balanceada faz parte dos fatores protetivos das doenças mentais.

“A alimentação saudável e equilibrada, contendo todos os nutrientes necessários, como a ingestão adequada de ômega 3, fibra dietética, antioxidantes (vitaminas A e E), legumes, frutas, vegetais, ingestão limitada de doces, fast-food, bebidas açucaradas, cereais altamente processados, entre outros, beneficiam a saúde mental, podendo resultar em melhora dos sintomas depressivos. Uma alimentação saudável e rica em nutrientes, ajuda a pessoa a melhorar a disposição e se sentir com mais energia, melhorando sua saúde física e mental”, aponta Antônio Geraldo da Silva.

Por fim, vale destacar que a mudança na alimentação faz parte do tratamento biológico da depressão. No entanto, somente essa estratégia não deve fazer diferença no quadro, pois o tratamento costuma estar atrelado a outras áreas, como a prática regular de atividade física, terapia e medicamentos, sempre guiado pelo médico psiquiatra e outros profissionais da área.

Fonte: Antônio Geraldo da Silva é médico psiquiatra presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Possui PHD na Universidade do Porto.

Fonte: EuAtleta

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