Pets precisam de atenção especial com cálculos urinários

Sintomas mais comuns são dor e desconforto ao urinar, micção frequente, presença de sangue na urina e dificuldade ou ausência de micção; tratamento varia de acordo com a enfermidade.

Engana-se quem pensa que somente os humanos sofrem com cálculos renais. Assim como a gente, os pets também podem apresentar cálculos urinários não somente nos rins, mas também em ureteres, bexiga e uretra.

Porém, diferentemente das pessoas que geralmente apresentam maior incidência de cristais e cálculos nos rins e ureteres, os bichinhos apresentam maior incidência em bexiga e uretra.

Predisposição acomete mais comumente raças como Schnauzer, Lhasa Apso, Yorkshire Terrier, Shitzu, Bichon Frisé e Poodle. (Imagem Ilustrativa de Sebastian Coman Travel por Unsplash)

O g1 conversou com a médica veterinária Edilene Goroi Rainha, de Sorocaba (SP), que explicou sobre a formação de cálculos urinários em cães e gatos.

“Uma das funções do sistema urinário é realizar a filtragem do sangue e, através da urina, remover substâncias inaproveitáveis que muitas vezes são tóxicas ao organismo. Quando a urina se torna supersaturada, principalmente de minerais, estes podem precipitar-se e formar cristais. Se estes cristais não forem eliminados, podem se agregar e formar cálculos.”

Diversos fatores podem contribuir para a formação de cálculos. Segundo Edilene, o primeiro fator decisivo é a alimentação.

“Quando um animal tem uma dieta com alto aporte de minerais e proteínas, ele é mais propenso a desenvolver os cálculos.”

A predisposição familiar também é um fator relevante, acometendo mais comumente raças como Schnauzer, Lhasa Apso, Yorkshire Terrier, Shitzu, Bichon Frisé e Poodle.

“Existem, ainda, outros fatores como defeitos congênitos, lesões adquiridas, doenças endócrinas, infecção urinária, pH urinário, consumo reduzido de água e a baixa frequência na micção”, ressalta Edilene.

Observar os sintomas é essencial

Os sintomas podem variar de acordo com a localização, o tamanho e a quantidade de cálculos existentes. Os sintomas mais comuns são dor e desconforto ao urinar, micção frequente, presença de sangue na urina e dificuldade ou ausência de micção.

“Precisamos deixar claro que também existem casos em que o animal não apresenta nenhum tipo de alteração, não sendo possível a percepção por parte do tutor”, diz.

Foi observando os sintomas do dálmata Pingo que a farmacêutica Jeniffer Mourão notou que havia algo errado com o cãozinho.

Ela conta que percebeu que o cão estava com infecção urinária e levou o animal até o veterinário. Depois de fazer alguns exames de sangue e um ultrassom, descobriram que realmente ele estava sofrendo com cálculos urinários.

Segundo a veterinária, Pingo chegou a fazer uma cirurgia para retirada de cálculos há dois anos, quando tinha 5 anos de idade. Porém, em janeiro deste ano, já com 7 anos, o dálmata voltou a apresentar dores. “No começo deste ano ele teve dores novamente e precisou fazer uma nova cirurgia de retirada”, lembra a farmacêutica.

Tratamento adequado

De acordo com a veterinária Edilene Rainha, o tratamento a ser realizado varia conforme a composição do cálculo e sua localização. “Cálculos dissociáveis como, por exemplo, estruvita, são removidos através de terapias clínicas e medicamentosas. Já os não-dissociáveis como oxalato de cálcio, necessitam de remoção cirúrgica. A conduta clínica do profissional é ajustada de acordo com as necessidades individuais de cada paciente”, explica.

Hoje, após duas cirurgias, o Pingo está ótimo. Entretanto, Jeniffer e o esposo Samuel precisam estar sempre atentos para que novos cálculos não surjam.

“O Pingo recebeu uma dieta específica para evitar a formação de novos cálculos. Hoje, nós estamos tentando alimentá-lo com comidas e petiscos sem nenhum tipo de sal”.

Vale ressaltar, ainda, que é sempre importante que os tutores façam acompanhamentos regulares com veterinários. “O custo do cuidado é sempre menor que o custo do reparo“, finaliza Edilene.

Fonte: G1.globo.com