Adoção de animais pode amenizar isolamento, mas deve ser feita de forma responsável

O isolamento social, decorrente da pandemia do Covid-19, pode ser amenizado com a companhia de pequenos seres de quatro patas. Alguns já tinham seus companheiros antes da quarentena, mas muitos têm descoberto que a adoção de um animalzinho pode ser uma boa responsabilidade a assumir nesse período. Aliás, ser responsável ao tomar essa decisão de dar a um pet que precisa é o primeiro passo para tornar o ato da adoção um benefício à saúde mental de quem está isolado.

Desde o início da quarentena, muitas pessoas optaram pela adoção de animais para amenizar os sintomas da solidão. A coordenadora da ONG SOS Peludinhos, Daniela Lamim, explicou que a adoção de animais no início do isolamento social estava mais alta. Apesar das feiras de adoção não poderem acontecer, o número de pets com um novo lar é positivo e está dentro da normalidade. Como as pessoas estão mais tempo em casa, é mais fácil dar atenção ao animal.

Adoção de animais pode amenizar isolamento (Imagem Ilustrativa: Imagem de Free-Photos / Pixabay)

A estudante Ana Luize Rauber sempre teve vontade de adotar, mas a oportunidade apareceu durante o isolamento. “Agora achei quem estava doando e resolvi adotar”. O gatinho chamado Tequila se adaptou bem, pois, segundo Ana, a família está mais tempo em casa e pode dar mais atenção ao gato. Ela conta que o animal era o último que tinha para adoção e precisava de um lar. Foi amor à primeira vista e, hoje, o animal tem um lar com amor para crescer.

Sobre as justificativas para adoção, Daniela explica que não mudaram durante o período da quarentena. “Quando procuram uma adoção, geralmente é para os filhos, para fazer companhia a outro cão ou gato, preencher o espaço de um animal e até mesmo ajudar em casos de depressão”. A Terapia Assistida por Animais aponta benefícios para o bem-estar de quem possui problemas de saúde mental. Um estudo publicado pelo Journal of Psychiatric Research a respeito de animais no tratamento de distúrbios depressivos foi realizado com 33 pacientes. Eles passaram 12 semanas com os animais e, no final, não apresentavam mais sintomas da doença.

Sobre a vida pós-quarentena, Daniela alerta sobre os cuidados com o fim do período em casa. Como a adoção é responsável, o animal deve continuar recebendo os cuidados e a atenção que precisa. “Este estado de ficar em casa vai passar, mas a rotina junto ao anjinho adotado vai permanecer. Deve haver a consciência de que eles vivem em média 15 anos e as responsabilidades não acabam junto com a quarentena”. A urgência pelo animal não deve ser momentânea e a motivação não pode ser apenas a solidão da quarentena. Criar um animal representa responsabilidade e cuidados além do isolamento.

Fonte: Jornal Cobaia (leia a matéria completa)