A Prefeitura de Piracaia demitiu, na última sexta-feira (22), três funcionários da Santa Casa da cidade por furarem a fila de vacinação contra a Covid-19. Uma supervisora de RH e uma auxiliar do setor administrativo do hospital chegaram a ser vacinadas enquanto um auxiliar de RH tentou tomar a vacina, não conseguiu, mas também foi demitido.
A cidade recebeu, ao todo, 231 doses da vacina CoronaVac, que estariam destinadas aos profissionais da saúde que trabalham na linha de frente no combate ao novo coronavírus, assim como profissionais do asilo da cidade.
A Santa Casa está sob intervenção da Prefeitura de Piracaia, porém, por conta de um erro na organização, admitido pelo prefeito Silvino Cintra em entrevista à TV Vanguarda, funcionários da administração do hospital também receberam as doses.
“Nós vamos abrir um processo administrativo para saber quem são os culpados nesta história, porque o que aconteceu foi muito grave. Claramente, houve um erro na organização da vacinação”, disse o prefeito.
Demitida contesta
Uma das funcionárias demitidas publicou, em suas redes sociais, uma nota alegando que, como o setor administrativo faz parte do interior do hospital, todos os trabalhadores acabam tendo contato entre si, o que aumenta a possibilidade de contaminação.
Ela também disse que ninguém furou a fila, já que foram apresentados os documentos no momento da vacinação, alegando também que deve-se investigar se houve falha por parte da prefeitura na seleção de quem deveria receber a dose.
Além disso, Thiago Oliveira, advogado de uma das funcionárias, reforçou que acredita que a demissão foi injusta.
“Acredito que a demissão foi injusta porque a minha cliente estava no grupo de pessoas que, pelo Plano Nacional de Vacinação, poderiam tomar a vacina. Além disso, não existia nenhuma lista com os nomes das pessoas que deveriam tomar a dose e muito menos os cargos. Isso deveria ter sido feito antes do início da campanha”, explicou o advogado.
Em nota, a Prefeitura de Piracaia esclareceu que, como está intervindo na Santa Casa, demitiu as duas funcionárias que foram vacinadas na última sexta-feira (22), além de um outro funcionário que tentou tomar a primeira dose.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que não recebeu nenhuma denúncia do caso até o momento. A reportagem apurou que um advogado protocolou uma denúncia sobre o caso junto ao Ministério Público Federal (MPF), mas não há prazo para que a promotoria analise o pedido.
Fonte: G1.globo.com
