Busca por testes de Covid em farmácias do estado de SP mais do que dobra

A busca por testes de Covid-19 em farmácias do estado de São Paulo mais do que dobrou, segundo dados da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).

De 29 de novembro a 5 de dezembro, foram feitos 24.077 testes. Na semana seguinte, dos dias 6 a 12, este número saltou para 49.803 testes – um aumento de 106%.

(Imagem Ilustrativa: Markéta Machová por Pixabay)

Segundo a Abrafarma, a explosão pela procura nos testes ocorreu por causa do surto de gripe provocado pela influenza. Os testes buscados são os chamados “rápidos”: o sorológico e PCR-LAMP de acordo com a associação.

Apesar do aumento de testagens, a porcentagem de resultados positivos caiu. Na primeira semana de dezembro, 4,5% dos testes feitos deram positivo para Covid, contra 2,9% na segunda semana.

O estado de São Paulo segue a mesma tendência nas farmácias particulares do Brasil, que registraram aumento de 32% na procura, no mesmo período analisado, e também queda nos testes positivos.

Onda de gripe

Com Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) lotadas até no Natal principalmente pela onda de gripe que se dissemina na cidade de São Paulo, o risco é o de que casos de Influenza se misturem com os de Covid.

A alta procura por unidades de saúde já se reflete num aumento de internações: na última sexta-feira (24), a Grande São Paulo registrou 344 internações por suspeita de Covid, um número 95% maior do que as 176 ocorridas em 1º de dezembro. A quantidade de novos internados também é a maior desde 6 de outubro.

Especialistas alertam: é fundamental saber quanto disso é Covid-19 e quanto é Influenza. Para o infectologista e pediatra Marco Aurélio Sáfadi, neste cenário o mais importante é investir em testagem.

“A testagem é o único instrumento nesse momento que vai permitir dizer o que é a infecção pelo vírus Influenza, que é o H3N2, e o que é a infecção por Covid-19. A gente não pode se esquecer que especificamente para o vírus da Influenza há uma intervenção medicamentosa que, se iniciada precocemente, abrevia a duração da doença, minimiza complicações e tem sua indicação para grupos de risco específicos”, afirma.

Além do teste, é fundamental ampliar o máximo possível a cobertura vacinal contra as duas doenças e manter os cuidados para evitar a contaminação.

“Importante destacar que, de forma geral, os grupos de risco [das dus doenças] são bastante parecidos, com exceção talvez as crianças, que representam também um fator de risco importante com relação ao vírus Influenza. E a última mensagem importante é que os mecanismos que nos protegem da transmissão são idênticos. Se você usar máscara naqueles locais onde há risco de transmissão, evitar aglomerações e mantiver uma boa higiene das mãos, você está se protegendo não só da Covid-19, mas também do Influenza”, completa Sáfadi.

Fonte: G1.globo.com