Justiça nega pedido de liberdade de homem que atirou em vice-prefeito de Atibaia

A defesa apresentou um recurso pedindo que a decisão de prisão preventiva fosse revogada e ele aguardasse em liberdade, apontando que o caso foi de legítima defesa. Justiça negou e reforçou que prisão é necessária para segurança do vice-prefeito.

A Justiça negou o pedido de liberdade do homem que atirou contra o vice-prefeito de Atibaia. A defesa apresentou um recurso pedindo que a decisão de prisão preventiva fosse revogada e ele aguardasse em liberdade, apontando que o caso teria sido de legítima defesa.

Júnior Humberto de Oliveira está foi preso em flagrante após o crime no último domingo (13) e teve no dia seguinte a prisão preventiva decretada. Com isso, ele pode ficar preso por 90 dias, durante o inquérito policial. Ele responde por tentativa de homicídio.

Vice-prefeito é baleado após briga por vídeos na rede social em Atibaia (Foto: Reprodução/ G1)

A decisão é desta quarta-feira (16) e foi tomada em segunda instância, no Tribunal de Justiça de São Paulo. No pedido de habeas corpus, a defesa apontou que o homem revidou da agressão e que, como comerciante, a família depende dele para o sustento.

No entanto, na decisão, o relator Marco Antonio Cogan reforçou o apontamento do Ministério Público na ação de que o crime é grave e que a manutenção da prisão é importante para a segurança do vice-prefeito Fabiano Batista de Lima (PL) e sua família. Disse ainda que a tese de legítima defesa apontada pela defesa vai ser analisada durante o processo, não cabendo o pedido de liberdade.

O g1 procurou a defesa de Júnior após a decisão, mas aguardava o retorno até a publicação.

O crime

O crime aconteceu neste domingo (13) depois de uma discussão por causa de uma transmissão ao vivo na rede social em que Júnior levanta suspeitas de que um restaurante em que a esposa do vice-prefeito é sócia seria usado em crime de improbidade administrativa.

Segundo a polícia, após o vídeo, Fabiano ligou para o comerciante, eles discutiram e ele foi até a casa de Júnior. Na ação, filmada por câmeras de segurança, ele aparece abordando o homem com golpes pelas costas.

Instantes depois, eles entram na garagem da casa de Júnior que, na sequência, sai armado. Ele faz vários disparos enquanto o vice-prefeito foge. Fabiano conseguiu fugir e foi atendido no hospital Albert Sabin com um disparo na perna.

Investigação

Após o crime, Júnior foi quem acionou a polícia. Na delegacia, entregou a arma que estava com a documentação em dia e as imagens das câmeras. Ele alegou em depoimento que foi golpeado com uma faca pelo político e, por isso, revidou com a arma.

O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência, em que a polícia aponta que no vídeo, o prefeito aparece golpeando com as mãos e “não há indícios” de que houve o uso de arma branca. Apesar disso, uma faca que estava no local foi apreendida.

Além disso, o comerciante apontou ainda que só usou a arma de fogo ao ser atacado com faca e que não estava armado aguardando o político, mas que teria pego a arma no carro quando entraram na garagem – trecho que não é mostrado no vídeo.

Apesar disso, a polícia apontou que, durante a análise das imagens, constatou que o tempo em que os dois permaneceram dentro da garagem foi de quatro segundos, que não seria prazo suficiente para que entrasse no carro, abrisse o porta-luvas, pegasse a arma e então saísse para os disparos.

Arrependimento

Após a confusão, o vice-prefeito disse que se arrependeu da discussão e da agressão em entrevista à TV Vanguarda. Ele disse que ficou nervoso ao ver a esposa sendo atacada nas redes sociais e chateada com o efeito do vídeo feito por Júnior e acabou iniciando a confusão.

Fonte: G1.globo.com