Prefeitura de Atibaia apura ação de guardas que terminou com adolescente ferido

Moradores acusam a guarda de uso de violência exagerada.

A Prefeitura de Atibaia apura uma ação da Guarda Civil Municipal que terminou com um adolescente de 12 anos ferido na segunda-feira (15). De acordo com a guarda, eles abordavam um adolescente que estaria com drogas no bairro Caetetuba, em uma área de lazer, quando populares reagiram e houve uma confusão. Moradores acusam a guarda de uso de violência exagerada.

Vídeo feito por moradores mostra ação na comunidade Santa Clara (Imagem: Reprodução)

A ação aconteceu por volta das 14h na comunidade Santa Clara em uma área de lazer com pista de skate, onde estavam moradores, entre adultos e crianças. De acordo com o relato dos guardas à Polícia Civil, eles abordaram um adolescente suspeito, encontraram drogas com ele e deram voz de prisão para encaminhá-lo à delegacia.

No momento da prisão, no entanto, moradores que estavam no local reagiram a ação da guarda e passaram a ofender os guardas e intervir para evitar a prisão. No vídeo feito por moradores, é possível ver quando os guardas agarram o adolescente, arrancando sua camiseta. Os agentes ainda aparecem em imagens disparando spray de pimenta contra pessoas que estavam no local.

A Polícia Militar foi acionada para o local e dispersou o grupo. Na delegacia, segundo a Polícia Civil, o adolescente foi apresentado. Com ele foram encontrados dois cigarros de maconha que alegou ser de uso pessoal. Ele foi liberado para os pais. A guarda registrou um boletim de ocorrência de dano ao patrimônio, alegando que os populares teriam arremessado pedras contra as viaturas.

Na ação, para conter as pessoas, a guarda usou balas de borracha e terminou atingindo um adolescente de 12 anos.

A mãe dele, Francisca Pontes, conta que o filho estava na área de lazer quando a confusão começou e terminou atingido. “Ele desmaiou com a intensidade do disparo. Tinha muito sangue e na hora eu não sabia que era de borracha, achei que meu filho ia morrer”, conta.

O adolescente foi socorrido pela família ao hospital e levou três pontos na cabeça e depois foi liberado. No boletim de ocorrência, a guarda negou que tivesse baleado a vítima, mas que ela teria sido atingida por uma pedra arremessada pelos próprios populares.

A mãe contesta a versão e alegou que vai registrar um boletim de ocorrência contra os agentes. “É só olhar o ferimento dele, com marca circular, que você sabe o que aconteceu com ele”, comenta a mãe.

Um morador do bairro, que presenciou a ação e não quis se identificar, contou que saía com o neto para andar de skate quando percebeu a confusão. “A guarda começou a atirar sem olhar para onde estavam disparando. Eu acho que se há algo de errado, é preciso prestar contas sim. Mas estava cheio de crianças e eles foram para cima de todos. Mães com carrinho de bebê no meio da fumaça e balas”, comentou.

O que diz a prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Atibaia informou que abriu sindicância para apurar o fato. Disse que os três guardas envolvidos no caso foram afastados da rua para funções administrativas até o fim das apurações.

Disse ainda que essa foi uma atitude isolada e que “não condiz com a abordagem orientada pela pasta” e que “eventuais excessos por parte dos guardas civis envolvidos acarretarão punições, de acordo com o Código de Ética da GCM”.

Fonte: G1.globo.com