Estudo americano conclui que dar 7.000 passos por dia reduz o risco de morte em até 70%

Estudo da Universidade de Massachusetts conclui que esse é o número ideal para que caminhadas tenham efeito na diminuição da mortalidade por todas as causas em adultos.

Quantos passos deve-se dar por dia para que haja um efeito real na saúde? Segundo novo estudo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Jama Network no dia 3 deste mês, o número mágico é 7 mil. Mas na verdade não é magia, é ciência. Os pesquisadores envolvidos acompanharam 2.110 adultos de 38 a 50 anos por uma média de 10,8 anos e concluíram que caminhar 7.000 passos diários reduz a mortalidade por todas as causas em adultos. Durante o período do estudo, participantes que deram pelo menos 7.000 passos por dia tiveram um risco de mortalidade 50% a 70% menor menor do aqueles que deram menos de 7.000 passos diários.

(Imagem Ilustrativa: Mabel Amber, who will one day por Pixabay)

Importante ressaltar: não houve, no estudo, associação da intensidade do passo com a mortalidade, ou seja, o benefício vem com caminhada em qualquer ritmo.

“Mas aumentar a intensidade com o tempo é importante, oferece ainda mais benefícios”, explica o cardiologista e médico do esporte Mateus Freitas Teixeira, que no entanto avalia que o importante, em um primeiro momento, é a pessoa se mexer.

O estudo ressalta que a contagem de passos está disponível em pedômetros instalados na maioria dos celulares, em apps e em relógios esportivos, facilitando a vida de quem quer uma mudança de hábitos e que gostaria de cumprir o objetivo diário dos 7 mil passos. Mas mesmo essa meta pode ser um fator de desistência para alguns e motivação para outros, acredita Mateus, que é cardiologista do Vasco da Gama.

“Quando você não consegue chegar a essa quantidade de passos um dia, depois outro, pode desanimar e desistir. Por isso, no início o ideal é caminhar livremente, sem pensar em números. Simplesmente buscar caminhar mais, e não estamos falando só da caminhada como exercício físico estruturado. Estamos falando também de ir ao mercado, ao banco, à padaria a pé, de subir de escada em vez de pegar elevador, e é disso que esse estudo fala também. Só depois de um tempo, depois de pegar gosto por caminhar, é que esse número de 7 mil passos pode se tornar, sim, um fator motivacional. Ter uma meta, depois do hábito ser criado, ajuda muito”, recomenda o médico.

Mateus avaliou a extensão e o rigor do estudo, que ressalta as implicações clínicas importantes da caminhada. E enumera os principais benefícios de caminhar para a saúde cardiovascular.

  • Reduz a inflamação dos vasos
  • Diminui a pressão arterial
  • Controla o índice glicêmico

“Uma atividade física como a caminhada diminui a inflamação dos vasos sanguíneos e promove a vasodilatação periférica, o que atua diretamente no controle da hipertensão. Isso tem muito impacto na saúde cardiovascular. Além disso, reduz a glicemia, o que é muito importante no combate à diabetes. Atividade física é remédio para diabetes e hipertensão, dentre muitas outras doenças crônicas. E remédio precisa de regularidade. Por isso, é importante caminhar sempre, todos os dias”, conclui o médico.

Fonte: Mateus Freitas Teixeira é médico do esporte e cardiologista. É o cardiologista do Club de Regatas do Vasco da Gama, coordenador médico Fit Center e médico do setor de Soluções Médicas Integradas do Complexo Hospitalar de Niterói (SER CHN), além de ser Membro do Comitê de Medicina Desportiva da Associação Médica Fluminense (AMF) e Diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro (SMEERJ). É um dos pesquisadores dos dois estudos brasileiros citados na reportagem e coordenador do Covid Group Control durante a Copa América 2021.

Fonte: EuAtleta