Com pior volume em cinco anos, Cantareira entra em restrição

O nível operacional do Sistema Cantareira caiu ainda mais em relação aos últimos dias. Na tarde desta segunda-feira (4), o principal reservatório que abastece a região metropolitana de São Paulo operava com apenas 29,6% de sua capacidade. Com isso, o reservatório permanece em estado de restrição desde o último sábado (2), quando o nível operacional era de apenas 29,9%. Estes índices são os menores já registrados desde a crise hídrica que atingiu o manancial há cinco anos.

(Foto: Divulgação/ SABESP)

De acordo com a escala criada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que mede o volume útil dos reservatórios e classifica a gravidade da situação, quando o nível é igual ou maior que 60% a situação é normal; quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%, a situação é de atenção; quando está maior que 30% e menor que 40%, a situação passa a ser de alerta; em restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%.

Chuva abaixo da média em setembro

Segundo dados da Sabesp, choveu apenas 34,7mm sobre a região do Cantareira em setembro deste ano. Mesmo assim, este é o maior volume de chuva dos últimos dois anos para o mês. A média Climatológica de precipitação para setembro é de 83,2mm.

A queda do nível do reservatório se deve ao volume de chuva abaixo da média em todos os meses deste ano, até o momento.

Outubro terá alívio, mas chuva ainda não soluciona crise

Os primeiros dias de outubro foram marcados por chuva significativa na região metropolitana de São Paulo e, até o fim do mês, a chuva começará a se regularizar no Sudeste.

O nível do sistema Cantareira deve se elevar no decorrer da primavera, o que alivia um pouco a situação da seca. No entanto, a chuva prevista para a estação não será a solução da crise hídrica. Durante a primavera, teremos a influência do fenômeno La Niña, na sua forma Modoki, que ajudará a estimular a chuva. Outubro deve terminar com um volume de chuva acima da média.

A primavera começará com aumento da chuva sobre a região do Cantareira, porém esta tendência não está garantida para o verão de 2021/2022. A influência do La Niña e de bloqueios atmosférico em alguns períodos vai alterar o volume e a frequência da chuva. O verão 2021/2022 terá chuva abaixo da média.

Fonte: Climatempo