Alopecia pós-tosa: você sabe o que é? Especialista explica e dá dicas de prevenção

Condição afeta pelagem de pets e ocorre mais frequentemente em raças com subpelo, como Lulu da Pomerânia, Pastor Alemão e Chow Chow. Confira como evitar o problema.

O outono é uma das estações em que os animais mais trocam de pelagem. Isso porque, para se preparar para o inverno, os bichinhos substituem os fios finos por grossos. Nessa época, em meio a tantas quedas de pelos, alguns tutores optam por tosar os pets. Mas aí vai um alerta: alopecia pós-tosa. Você já ouviu falar?

O nome é dado à ausência ou perda de pelagem, que pode ocorrer de forma localizada ou generalizada, temporária ou permanente, depois da tosa. A condição também pode provocar ressecamento da pele e tornar os pelos opacos e quebradiços.

(Imagem Ilustrativa de Annie Spratt por Unsplash)

Segundo a dermatologista veterinária Gabriela Rissi, os cachorros mais afetados costumam ser os de pelagem dupla, que possuem, além da camada visível de pelos longos e densos, outra mais curta e fina. Essa segunda camada, de acordo com a especialista, é chamada de subpelo. Ela serve para equilibrar a temperatura corporal do animal.

As raças Lulu da Pomerânia, Chow Chow, Splitz Alemão, Husky Siberiano, Pastor Alemão, Samoieda, Malamute-do-Alasca e Akita Inu são algumas das quais possuem pelagem dupla.

Por causa da predisposição ao problema, a indicação é de que estas raças não sejam tosadas ou, se forem, que recebam a chamada tosa baixa, que apara apenas a camada densa, preservando o subpelo.

“Para evitar o problema, é fundamental que a tosa seja realizada por profissionais especializados, que conheçam as particularidades desta pelagem. Além disso, deve ser utilizado a tesoura apenas na parte final da haste do pelo e nunca com a máquina”, diz a veterinária.

Por que acontece?

A alopecia pós-tosa possivelmente está associada a mudanças cutâneas de temperatura. Por isso, a condição pode ser provocada por tosas que afetem o equilíbrio térmico dos pets – razão pela qual as raças com subpelo, camada que regula a temperatura, são mais afetadas.

“É importante dizer que ainda não se sabe exatamente a causa para essa doença, mas acredita-se que a preservação do subpelo é importante para manter a temperatura elevada próxima à pele, pois quando ocorre a perda do isolamento térmico, pode-se causar a interrupção do crescimento piloso e originar todo o quadro alopécico”, explica Gabriela.

Quando a pelagem abaixo do subpelo é retirada pela tosa, ela pode não crescer mais ou demorar anos para voltar ao normal. Como a doença também pode afetar a estrutura dos pelos, tornando-os opacos e quebradiços, é comum que os fios cresçam de maneira irregular pelo corpo do animal.

Tem tratamento?

Gabriela indica que os tutores busquem um profissional especializado em dermatologia para que o pet seja avaliado e se identifique a causa da alopecia. “Essas mesmas raças citadas também apresentam predisposição para outras doenças alopécicas, com envolvimento hormonal ou alérgicas”, diz.

Segundo a especialista, as medidas empregadas pelos especialistas visam acelerar o crescimento da pelagem. Eles podem utilizar suplementação vitamínica e mineral por via oral ou laser e microagulhamento.

“Outro ponto importante é manter a pele hidratada e com filtro solar e monitorar para evitar infecções secundárias por fungos e bactérias. Dessa forma, evitamos que ocorra o escurecimento e a descamação na região”, explica Gabriela.

Em alguns casos, a alopecia pós-tosa pode se resolver sozinha, com tempo de resolução variado, entre 60 dias a 2 anos, de acordo com a veterinária. “É importante que o tutor tenha paciência, pois nesse intervalo, os pelos podem crescer em ritmos diferentes, tornando a pelagem irregular, o que geralmente leva a novas tosas incorretas”, diz.

Fonte: G1.globo.com