Psicóloga explica como lidar com a dor após perder um pet: ‘Viver o luto’

As fases do luto animal vão desde a negação até o estágio da raiva, ou seja, a revolta pela partida do pet, ou da depressão, e, por fim, a aceitação.

Tão difícil quanto criar um pet, talvez só o sentimento de luto por tê-lo perdido após anos ao seu lado. Para o tutor que perde o seu animal, a dor pode se tornar um processo complicado, sendo que muitas vezes quem está de fora acaba por não entender a dimensão desse luto.

São anos de convivência, inúmeros momentos felizes e um amor incondicional que nunca será esquecido. As fases do luto animal vão desde a negação até o estágio da raiva, ou seja, a revolta pela partida do pet, ou da depressão, e, por fim, a aceitação.

(Imagem Ilustrativa: Bella Pisani por Unsplash)

Para a psicanalista Andrea Ladislau, sofrer tanto pela morte de um pet é um processo extremamente natural, coerente e verdadeiro, sendo que a relação do ser humano com seus animais de estimação demonstra a importância do sentimento de afetividade, algo inerente ao indivíduo.

“Sabemos que a literatura médica classifica o luto relacionando-o somente à morte de um humano, no entanto, um processo semelhante também ocorre quando perdemos algo muito próximo e querido. O sofrimento é real, pois a dor e o processo de luto por causa de um animal podem ser exatamente iguais aos sentimentos vividos quando uma pessoa querida morre”, explica.

No momento da perda de um animal de estimação, as pessoas próximas precisam respeitar o que o tutor do pet está passando e tomar cuidado para não serem indelicadas e invasivas.

“É preciso respeitar a dor, não julgar a pessoa e, principalmente, não minimizar o sofrimento com frases do tipo: ‘Era só um cachorro, não tem motivo para tudo isso’. ‘Arruma outro gatinho, coloca no lugar e está tudo bem’. É preciso viver o luto”, aconselha Andrea.

Geralmente, um processo de luto dura de três meses a um ano, podendo se estender por mais tempo. No entanto, a psicanalista conta que se a tristeza não diminuir e a pessoa não conseguir retomar a vida, ficando a maior parte do tempo se sentindo culpada e infeliz, o problema pode se tornar um luto patológico.

“Nestes casos, é possível que a depressão possa vir a fazer parte do dia a dia do indivíduo. É muito importante, portanto, identificar que a situação chegou nesse patamar, buscar ajuda profissional, como um tratamento psiquiátrico ou psicoterapêutico, pois a dor do luto pode se transformar em um transtorno mental”, explica.

Fonte: G1.globo.com