Vereador de Bragança Paulista é condenado por assédio e importunação sexual

Decisão da Justiça determina que o vereador suplente Mário Benedito da Silva (União Brasil) cumpra um ano e quatro meses de prisão em regime aberto. A decisão é em 1ª instância e cabe recurso.

O vereador Mário Benedito da Silva (União Brasil), de Bragança Paulista (SP), foi condenado pela Justiça a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto por assédio e importunação sexual.

O caso aconteceu em 2021 contra uma funcionária da prefeitura, quando o Mário Benedito da Silva exercia cargo comissionado na administração municipal.

A decisão da 1ª Vara Criminal de Bragança Paulista é do último dia 1° e cabe recurso. O vereador nega o crime – veja mais abaixo o que ele diz.

Mario Benedito Silva, de Bragança Paulista (Foto: Reprodução / Facebook)

Denúncia

O crime teria sido praticado em 2021, mas a mulher registrou boletim de ocorrência dez meses após deixar de trabalhar com o acusado.

Segundo a denúncia, a mulher trabalhava como funcionária do setor de zeladoria da prefeitura, quando passou a ser assediada pelo chefe da equipe, Mário Benedito. Atualmente ele atua como vereador suplente, mas, na época, tinha um cargo comissionado no executivo.

Ainda segundo a denúncia, a equipe se deslocava em uma van pela cidade para executar os trabalhos de zeladoria, enquanto a vítima frequentemente ia em um carro que ficava com o acusado. Em depoimento, a vítima informou que isso acontecia contra a vontade dela.

Também em depoimento, a vítima relatou que, durante as viagens de carro, Mário Benedito a assediou diversas vezes, passando a mão nas pernas da mulher e a convidando para sair.

Uma testemunha que também prestou depoimento afirmou que, após os episódios, a mulher chegou a apresentar sinais de ansiedade e pediu para trocar de equipe na prefeitura.

Condenação

A juíza responsável pelo caso, Simone Rodrigues Valle, condenou Mário Benedito da Silva a um ano e quatro meses de prisão por importunação e assédio sexual, em regime inicial aberto.

A condenação prevê ainda que, para que a pena possa ser cumprida no regime aberto, o réu preste serviços à comunidade e pague o valor de três salários mínimos para uma entidade assistencial de Bragança Paulista.

De acordo com a juíza, as provas e depoimentos não deixaram dúvidas de que Mário Benedito usou sua condição de superior no trabalho para assediar a vítima sexualmente.

O que diz o vereador?

A reportagem entrou em contato com Mário Benedito da Silva, que negou as acusações e disse que vai recorrer da decisão judicial. De acordo com ele, a acusação é motivada por uma briga por cargo.

Além de ter ocupado o cargo na prefeitura, Mário já teve três mandatos como vereador de Bragança Paulista. Atualmente, ele é vereador suplente da Câmara Municipal.

O que diz a Câmara Municipal?

A Câmara Municipal de Bragança Paulista informou que vai votar na próxima terça-feira (9) a abertura de uma comissão processante para analisar a cassação da suplência de Mário Benedito.

De acordo com a Câmara dos Vereadores, Mário ficaria no cargo como suplente até a última quinta-feira (4). Isso porque, na sexta (5), a titular do cargo e presidente da Câmara, Gi Borboleta (União Brasil), volta à vaga como vereadora.

Ela tem atuado como prefeita da cidade durante as férias do prefeito Amauri Sodré da Silva (União Brasil).

O que diz a Prefeitura de Bragança Paulista?

A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Bragança Paulista, que informou não ter sido notificada do caso oficialmente.

Segundo a prefeitura, o servidor pediu exoneração do cargo de zelador para assumir o cargo de vereador na Câmara Municipal.

Quanto à possibilidade de contratar novamente o homem, a prefeitura disse que quando ele deixar o cargo de vereador, a questão será analisada pelo Prefeito em momento oportuno.

Fonte: G1.globo.com