Segundo estudos, ansiedade, raiva e estresse aumentam risco de infarto e AVC

Ansiedade, raiva e estresse podem aumentar o risco de doença cardiovascular, semelhante ao que já acontece com a depressão. É o que demonstram evidências de estudos e um artigo do The American Journal of Medicine, que usaremos como base.

Os efeitos progressivos de ansiedade, raiva e estresse podem estar associados a um maior risco de doenças cardiovasculares, bem como sintomas ou sinais sobrepostos a doenças cardiovasculares. Isso inclui dor no peito, apesar das artérias coronárias normais, e palpitações ou coração batendo mesmo na ausência de doenças cardíacas estruturais ou funcionais.

(Imagem Ilustrativa de Luisella Planeta LOVE PEACE por Pixabay)

Por que isso acontece?

Enquanto a definição de transtornos de ansiedade infere cronicidade, emoções negativas como raiva, medo, tristeza e estresse emocional severo podem resultar na liberação do hormônio adrenalina, que aumenta temporariamente a pressão arterial e resulta na constrição das artérias.

Isso pode resultar em infarto do miocárdio (infarto do miocárdio clássico, a “síndrome do coração partido” ou síndrome de Takotsubo) e induzir irregularidades cardíacas em pessoas com e sem doença cardíaca estrutural, incluindo fibrilação atrial, flutter atrial e taquicardia, contrações ventriculares prematuras e até morte súbita.

Aumentos temporários repetidos na pressão arterial podem levar ainda à ruptura da placa, resultando em infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Em pacientes com doença aórtica, como aqueles com aneurisma da aorta ou sobreviventes de uma dissecção da aorta, pode levar à dissecção ou ruptura da aorta.

O sofrimento mental e as doenças mentais são reais e podem estar associados a graves consequências cardiovasculares. Assim, é importante que os pacientes discutam sua saúde mental com seu médico com frequência e que os médicos avaliem a saúde mental de seus pacientes, especialmente porque a doença mental muitas vezes não é diagnosticada.

Depressão, ansiedade e uma resposta exagerada ao estresse têm tratamentos eficazes. Os tratamentos podem ser medicamentosos, bem como não medicamentosos.

Intervenções, como terapia cognitivo-comportamental, meditação mindfulness, ioga, meditação transcendental, exercícios de respiração lenta e exercícios físicos, como exercício aeróbico de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos, em cinco ou mais dias da semana, reduzem o risco de infarto do miocárdio e morte por doença cardiovascular e são excelentes opções de tratamento. Estes podem reverter muitas das alterações cardiovasculares do sofrimento mental e da doença mental.

Logo, de forma objetiva, a depressão e a ansiedade:

  • Afetam as doenças cardíacas;
  • Aumentam a taxa de aterosclerose;
  • Influenciam em um risco de estilo de vida pouco saudável (tabagismo, dieta rica em calorias, gordura saturada e colesterol, diminuição da adesão à medicação e diminuição do exercício total)
  • Elevam os níveis de cortisol, que levam ao aumento dos níveis de açúcar no sangue e aumento da pressão arterial;
  • Aumentam outros hormônios como adrenalina, que podem aumentar a frequência cardíaca em repouso e a pressão arterial.

Como evitar?

  • Exercício é tratamento. O ideal é fazer aeróbico de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos, em cinco ou mais dias da semana (total de 150 minutos de exercício aeróbico por semana);
  • Exercícios de respiração e meditação (ou seja, ioga, respiração lenta, pranayama) são tratamentos adjuvantes;
  • Tratamentos medicamentosos são necessários e é preciso procurar o psiquiatra;
  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é excelente para ansiedade, estresse e depressão;
  • Pacientes com depressão geralmente evitam atividades, portanto, estratégias comportamentais são usadas para aumentar o envolvimento em atividades associadas a prazer, domínio ou realização.

Fonte: EuAtleta