PM afasta policiais envolvidos em ação com 8 mortos suspeitos de integrar quadrilha de explosão de caixas

Segundo a Polícia Militar, os oito homens que morreram no tiroteio eram suspeitos de integrar uma quadrilha de explosão a caixas eletrônicos e estariam a caminho de uma ação criminosa em Joanópolis (SP), quando foram surpreendidos na estrada de terra no distrito de Joaquim Egídio.

O corregedor da Polícia Militar em São Paulo, tenente-coronel Marcelino Fernandes, confirmou na tarde desta sexta-feira (11) que os policiais envolvidos na ação que terminou com oito suspeitos mortos na noite de 28 de fevereiro, em Campinas (SP), foram remanejados dos trabalhos nas ruas para atividades administrativas até o fim do inquérito militar. Além disso, ele planeja centralizar as investigações nesta área e defende necessidade de reconstituição do caso para esclarecimentos.

Operação da Polícia Militar contra quadrilha, em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)

“O afastamento é praxe de todos os inquéritos que envolvem o evento morte. Isso foi feito pelo próprio comando”, falou sem revelar, porém, o número de agentes afastados das ações ostensivas.

Ele explica que solicitou o inquérito militar para a corporação na cidade, com objetivo de concentrar as apurações, mas ele já foi remetido para a Justiça Militar. “Os autos foram enviados inconclusos, ainda faltam perícias”, diz sobre a expectativa de receber os documentos para continuidade. Segundo ele, o caso é acompanhado pelo Ministério Público e a sequência pode ser alterada.

A necessidade de reproduzir os fatos daquela noite, destaca Fernandes, é consequência de relato feito pela Ouvidoria das polícias e visa individualizar a conduta de cada agente durante a ação.

O ouvidor, Benedito Domingo Mariano, foi categórico, em entrevista ao G1, ao citar que há “indícios de excesso de legítima defesa” durante o tiroteio em estrada de terra no distrito de Joaquim Egídio, às margens da Rodovia D. Pedro I (SP-065).

“Há pessoas que foram mortas por dois, três projéteis, e outras com 17”, destaca o ouvidor.

De acordo com Fernandes, a “reprodução simulada dos fatos” só deixará de ser imprescindível neste caso, caso os laudos do Instituto de Criminalística (IC) sejam suficientes para comprovar ou descartar a suspeita da Ouvidoria. “Se a Polícia Civil fizer a solicitação, podemos aproveitar. É preciso lembrar que o policial militar pode se negar a participar”, afirma o corregedor. Segundo a Ouvidoria, a centralização das apurações em São Paulo é recomendada diante da dimensão do caso.

Posicionamento

Em nota ao G1, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil mantém o inquérito em andamento pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas. E os policiais militares envolvidos na ocorrência foram ouvidos e os laudos periciais estão sendo analisados. A nota diz ainda que, “até o momento, não houve solicitação feita à polícia para reconstituição do crime”, afirma o texto.

Tiroteio

Segundo a Polícia Militar, os oito homens que morreram no tiroteio eram suspeitos de integrar uma quadrilha de explosão a caixas eletrônicos e estariam a caminho de uma ação criminosa em Joanópolis (SP), quando foram surpreendidos na estrada de terra no distrito de Joaquim Egídio.

Sete corpos foram recolhidos no dia do confronto, e um cadáver foi localizado uma semana depois, no Rio Atibaia. Um suspeito armado e ferido conseguiu fugir a pé, mas foi localizado no dia seguinte ao confronto, após tentar pedir ajuda a moradores da região. Análise técnica da Polícia Científica enviada à Ouvidoria apontou que sete das 12 armas apreendidas com os suspeitos tinham sido utilizadas recentemente, “o que caracteriza confronto”, ressalta Mariano.

Fonte: G1.globo.com