Esportes aquáticos: conheça os protocolos contra Covid-19 na piscina

Áreas comuns exigem distanciamento, máscaras e outras precauções usuais.

O calor chegou e sempre fica a dúvida sobre o risco que corremos ao praticar esportes aquáticos durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Será que, neste momento, é seguro voltar a fazer exercício na na piscina? A infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tania Chaves, traz alguns esclarecimentos.

(Imagem Ilustrativa de David Mark por Pixabay)

“As atividades recreativas e de prática esportiva estão recomendadas idealmente a serem realizadas ao ar livre, de forma que se mantenha sempre o distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos, medidas que devem ser incorporadas como barreira para esta fase da pandemia, até que tenhamos uma vacina eficaz”, afirma.

Mas como isso se aplica na água? É muito parecido com o solo. Em muitas cidades, as academias de ginásticas reabriram e seguem seus protocolos, como redução do número de alunos ao mesmo tempo, para evitar as aglomerações. Nas atividades esportivas dentro d’água, a recomendação é a mesma.

“A contaminação nesses ambientes se dá principalmente a partir do contato direto com secreções respiratórias de indivíduos infectados e sintomáticos, como as gotículas eliminadas na tosse, espirro, coriza. Deve-se chamar atenção que mesmo em indivíduos sem sintomas a transmissão pode ocorrer, ainda que com chances reduzidas”, alertou Chaves.

Para a médica, esportes coletivos na água, como canoagem e natação devem ser evitados. As atividades aquáticas em piscinas, em geral, têm um importante número de pessoas em espaços confinados. Tania Chaves defende que deveriam ser os últimos espaços das academias a serem flexibilizados.

“O cloro elimina vírus e bactérias. Mas, neste momento, a recomendação é que as piscinas não sejam abertas. Isso porque são atividades que, como outros esportes coletivos fora da água, geram aglomeração. E é na aglomeração que o vírus se espalha”, reforçou a infectologista.

Na piscina:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o cloro é um material que serve para a desinfecção de substâncias em superfícies. Ele é importante contra fungos, bactérias e outros microrganismos, além de garantir a limpeza da água, e controle do pH. E coronavírus não é transmitido pela água. Um estudo do GSMS-SItI, um Grupo de Trabalho para a Saúde da Sociedade Italiana de Medicina Preventiva de Higiene e Saúde Pública, discutiu e resumiu algumas indicações para uma abordagem preventiva adequada em piscinas:

  • Distanciamento social;
  • Gerenciamento otimizado da água;
  • Fluxo de ar e parâmetros microclimáticos na piscina e nas salas anexas;
  • Verificação dos procedimentos de saneamento;
  • Sem compartilhamento de acessórios.

Além disso, é necessário:

  • Uso de máscara em áreas comuns, quando se estiver fora da água;
  • Lembrar que bordas e corrimãos de escada são tocados por todos e podem conter partículas do coronavírus;
  • Limpeza de áreas comuns, bordas e corrimãos;
  • Optar por tomar banho em casa, sem uso de vestiários e banheiros comuns.

Ao ir para uma piscina, lembre-se de que, embora não exista evidência de propagação pela água tratada de acordo com as recomendações, as áreas comuns exigem distanciamento, máscaras e outras precauções usuais.

O estudo destacou ainda que a prevenção deve ser baseada no monitoramento da situação epidemiológica local e na colaboração constante com a autoridade sanitária local e o serviço nacional de saúde. Outras pesquisas recentes indicaram que as gotas da tosse e do espirro às vezes podem viajar de 4m a 6m, aproximadamente: “A transmissão de rota indireta ou de contato pode ocorrer por meio de superfícies da pele, cabelos, roupas, corrimãos, botões do teclado e outros objetos, onde o vírus é depositado após o contato com uma pessoa infectada” indica pesquisa do National Institutes of Health.

Tania ressalta que este estudo demonstra evidências crescentes de que o vírus também pode ser transmitido por inalação de gotículas de curto a médio alcance. O que só reforça a recomendação da infectologista sobre continuar exercendo o distanciamento social onde quer que seja.

Esportes aquáticos que são praticados por uma única pessoa sem proximidade com outras podem ser uma opção para quem está com saudade de cair na água.

Fonte: Globoesporte.globo.com (leia a matéria completa)