Recuperação é tão importante quanto o exercício; como fazer

Ganhos das atividades físicas vêm após a realização delas, e não durante a execução; conheça o que ensina a ciência da recuperação pós-exercício.

Existe uma área do conhecimento científico das ciências da atividade física e do esporte que podemos considerar ser a de maior interesse atualmente. Trata-se da recuperação pós-atividade.

Com toda certeza, no âmbito dos benefícios dos exercícios físicos, é mais difícil saber como se recuperar do que saber como treinar. Não podemos esquecer que ganhamos benefícios dos exercícios após a realização deles e não durante a execução.

(Imagem Ilustrativa de MIGUEL ANGEL CASTELAN por Pixabay)

Alguns procedimentos muitas vezes praticados durante o período de recuperação, em vez de acelerar o processo, prejudicam inclusive os benefícios que seriam obtidos.

Ciência da recuperação pós-exercício

Essa área é bastante controversa e, quando abordada, sempre provoca polêmicas, pois alguns procedimentos inadequados são erros consagrados pelo uso. Não se deve nunca defender posições e conceitos somente baseados em opiniões pessoais, pois o que vale sempre é o que diz a ciência.

Com o devido cuidado para não sermos imprudentes, podemos listar alguns procedimentos que não deveriam ser adotados no período de recuperação e outros que são recomendados, sempre com base no conhecimento científico.

O que, na maioria das vezes, deve-se evitar:

Alongamento após exercícios intensos

Alongar é um procedimento absolutamente necessário para ganho de flexibilidade, porém deve ser realizado com os músculos íntegros, o que não é o caso no pós-exercício intenso. A atividade intensa provoca micro traumas na musculatura, e alongar um músculo nessas condições não contribui em nada para a recuperação, podendo inclusive causar lesões.

Crioterapia sempre após o treino

Fazer aplicação ou imersão em gelo sempre que fazemos atividade. O gelo proporciona um benefício para atenuar o desconforto tanto imediato quanto tardio de uma atividade intensa, porém a utilização continuada prejudica alguns benefícios ou “ganhos” musculares localizados nos músculos trabalhados, inclusive o ganho de massa muscular. Devemos utilizar a crioterapia somente quando o dia seguinte precisar de fato ter o impacto do exercício atenuado.

Consumo de carboidrato e proteína após atividade

A ciência da nutrição esportiva comprova que o consumo de carboidrato e proteína após a atividade acelera tanto a reposição de glicogênio muscular (“gasolina” do músculo) quanto a reparação do dano muscular e a reconstrução do músculo (ganho de massa muscular). Com o devido cuidado relacionado ao balanço calórico para quem pretende perder peso, utilizar suplementos nutricionais para atender essa demanda proporciona uma recuperação mais rápida e uma potencialização dos benefícios dos exercícios.

Reidratação e reposição de sódio

A hidratação adequada é um dos requisitos básicos tanto para o bem-estar durante a atividade como para acelerar a recuperação. Cuidados com a reidratação é um dos aspectos mais abordados nas recomendações atuais. Como nem sempre é possível ter a hidratação adequada durante a atividade, corrigir o déficit hídrico durante a recuperação é essencial.

A recomendação é verificar qual foi a diferença de peso pré/pós exercício (o que representa o déficit hídrico) e ingerir em volume uma vez e meia essa diferença de peso nas seis horas subsequentes, de preferência com bebidas que contenham sódio (isotônicos).

Qualidade do sono

Cada vez mais a ciência comprova que um dos fatores mais importantes no processo de recuperação é uma boa noite de sono. Todas as providências que puderem ser adotadas com esse propósito são muito bem-vindas.

Essas condutas garantem não só uma recuperação mais rápida e um melhor rendimento no próximo treino, como evitam os indesejáveis efeitos crônicos de uma recuperação inadequada.

Fonte: EuAtleta