Atenção ao saneamento básico é fundamental para enfrentar a crise hídrica

Medidas como a economia e reutilização de água ajudam no abastecimento.

A atual crise hídrica no Brasil é a pior em 91 anos, apontou o Ministério de Minas e Energia em pronunciamento oficial feito no final de junho pelo ministro Bento Albuquerque. A preocupação com a escassez de água no país atinge diretamente o setor de energia, já que hoje, 67% da energia gerada no território brasileiro é proveniente de fontes hídricas, mas além disso, a seca tem grandes impactos na economia, oferta de alimentos e no saneamento básico da população brasileira.

Entre as causas mais comuns para o agravamento da crise hídrica em todo o mundo estão os fenômenos naturais, o aquecimento global, a degradação dos recursos naturais, a diminuição das chuvas e o consumo crescente de água. Porém, mesmo sendo a ação humana a motora da maioria desses problemas, indicativos não demonstram uma reversão nesta situação. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 110 litros de água por dia seriam suficientes para atender as necessidades básicas de uma pessoa, contudo o gasto diário per capita chega a 153,9 litros, cerca 39% a mais que o necessário, segundo apontamento do Trata Brasil.

Medidas como a economia e reutilização de água ajudam no abastecimento (Imagem Ilsutrativa: Arek Socha por Pixabay)

Como um ciclo, o saneamento integra o tratamento de água, abastecimento, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de lixo, por isso a seca hídrica tem impacto em todas as partes. Para compreender melhor, basta pensar que a economia de água está ligada diretamente ao tratamento de esgoto, pois a gestão dos recursos hídricos no período de crise se dá pela utilização do líquido gerado no processo para fins industriais ou agrícolas. Assim também a reciclagem e coleta de lixo auxiliam na eficiência das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), consumindo menos água e demandando de estruturas mais simples para o tratamento do efluente.

O diretor da Atibaia Saneamento, operação do grupo Iguá responsável pelos serviços de esgotamento sanitário no município de Atibaia, Mateus Banaco, explica que atitudes rotineiras como a economia de água nas tarefas domésticas, a reutilização da chuva, o reuso da água da máquina e o manejo adequado do lixo podem contribuir diretamente para a rede de abastecimento. O descarte incorreto de lixo no vaso sanitário ou óleo de cozinha na pia, por exemplo, podem exigir do sistema mais recursos hídricos para a coleta e tratamento de esgoto, o que se torna um grande transtorno para o sistema como um todo”. Diante da crise hídrica, medidas para redução de perdas e desperdícios são necessárias, afinal falamos de um recurso finito que é essencial à vida humana”, comentou o diretor.

Atualmente, 35 milhões de pessoas ainda não são assistidas com abastecimento de água tratada no Brasil e aproximadamente 14,3% das crianças e adolescentes não têm acesso à água. Por isso, vale diminuir o tempo de banho, lavar o carro sem fazer uso de mangueiras e fechar a torneira enquanto escova os dentes, essas e outras pequenas atitudes auxiliam a enfrentar a escassez hídrica.

Fonte: Assessoria de Imprensa Atibaia Saneamento