Custo de R$ 3 mil, filtro solar e mais: entenda rotina dos porquinhos criados como pets

Minipigs eram usados como cobaias em testes cirúrgicos, mas ganharam a afeição dos humanos. Cada filhote custa, em média, R$ 3 mil.

Alimentação equilibrada, uso constante de filtro solar e até de xampu hidratante. Esses são alguns dos cuidados que marcam a rotina dos minipigs, uma versão em miniatura dos suínos convencionais, que podem atingir mais de meia tonelada.

Pesando de 30 a 80 kg e com uma expectativa de vida de 20 anos, esses porquinhos passaram a fazer parte do seleto grupo de animais de estimação. Mas, atenção, não é toda cidade que permite a criação de suínos em centro urbanos (Entenda abaixo).

(Imagem Ilustrativa de Lucia Macedo por Unsplash)

O “pequeno” Adolfo é um exemplo. Com manchinhas pretas estampadas na pele e focinho cor-de-rosa, ele arranca suspiros por onde passa.

Não é à toa que o animal tem sido procurado por marcas para anunciar produtos de higiene, petiscos e até roupinhas.

“Mostro o dia a dia e as travessuras dele. Adolfo é inteligentíssimo, mas dá trabalho (…) a fuça dele é um aspirador. Para comer, ele berra alucinadamente, não é igual aos cães que dão uma olhadinha”, contou a publicitária Juliana Toledo, que mantém uma chácara em Vargem Grande Paulista (SP).

Assim como a maior parte dos pigs, Adolfo veio de um criadouro especializado em animais miniaturas voltados ao mercado pet. Em média, cada filhote custa R$ 3 mil reais, mas os valores vão além com os gastos de alimentação, bem-estar e saúde.

Abrir a porta da geladeira, deitar no sofá e revirar o lixo são algumas das artimanhas do porquinho Adolfo. Por conta disso, Juliana precisou fazer adaptações na casa, como usar uma lixeira feita de concreto e aplicar fechaduras na cozinha.

Apesar do trabalho, a publicitária ressalta que é um alívio ver Adolfo esbanjando saúde. Há alguns anos, o minipig passou por um cálculo renal.

Na época, a tutora desembolsou mais de R$ 5 mil em procedimentos cirúrgicos, medicamentos e acompanhamento veterinário.

“Ele virou a minha vida do avesso e ensinou o que é amor condicional”.

Sensíveis como os humanos

Por possuírem características imunológicas parecidas com a dos humanos, os suínos também são suscetíveis a gripes e doenças como hipertensão.

Além disso, a pele deles é extremamente sensível e não pode ficar exposta ao sol por muito tempo. Por isso, o uso de filtro solar e shampoos hidratantes é importante.

Tamanha semelhança com os humanos tornou os porcos alvos de testes cirúrgicos, diz Izabelle Joanny de Oliveira, mestre em medicina veterinária e especialista em suínos há quase 10 anos.

“O único problema era o tamanho, que passava longe de uma pessoa, mais de 500 quilos.”, explicou a veterinária, que atende clientes por todo o estado de São Paulo.

Questionada sobre o método usado para reduzir o tamanho dos suínos, Izabelle explicou que não há informações claras sobre o tema, mas, afirmou que modificação genética – por cruzamentos – é uma das possibilidades.

O miniporco, diz ela, foi criado em 1949, na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, a partir da necessidade em ter um suíno que se assemelhasse ao tamanho de um corpo humano.

A lei permite ter um miniporco em casa?

A legislação pode mudar de um município para outro.

“Em algumas cidades é permitido ter o animal, mas proíbem a criação comercial em centros urbanos” afirmou a veterinária, mais conhecida como ‘Doutora Pig”.

É o caso de São Paulo, onde a Lei 10.309 define que: “É proibida a criação e a manutenção de animais de espécie suína, em zona urbana”.

Segundo Izabelle, a lei foi criada por conta dos animais criados no fundo do quintal, que não recebem os cuidados adequados e acabam disseminando doenças.

A imunização também é um ponto de atenção! Assim como gatos e cachorros, os suínos devem ser vacinados e vermifugados com frequência.

Cada porquinho custa, em média, R$ 3 mil, mas, os interessados devem ter consciência de que os gastos podem ser ainda maiores ao longo dos anos de criação.

Fonte: G1.globo.com