Páscoa: especialistas alertam como equilibrar o consumo de chocolate pelas crianças

O número de jovens com colesterol alto e sobrepeso é preocupante; educação sobre alimentação e exercícios é a saída.

A data mais doce e aguardada está chegando, especialmente para animar as crianças. No dia 31 de março será celebrada a Páscoa. Junto de diferentes crenças, há também os coelhinhos, as pegadas, as cenouras e os ovos de chocolate. Porém, o momento mágico e delicioso pode ficar amargo caso as crianças não tenham orientação correta para um consumo equilibrado dos doces.

(Imagem Ilustrativa de Melissa Walker Horn por Unsplash)

Crianças que apresentam problemas de saúde precisam ter acompanhamento de perto e reduzir o consumo, dentre tantas outras coisas, do chocolate, uma vez que este é um alimento rico em calorias e gorduras saturadas, podendo gerar ganho de peso e elevar os níveis de colesterol e, consequentemente, aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O ideal para o consumo é o chocolate amargo ou meio amargo, entretanto, as crianças preferem o chocolate ao leite – por ser mais doce.

O consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas é imprescindível. É preciso equilibrar a nutrição desde cedo. Opções para os responsáveis para balancear a alimentação das crianças é utilizar alimentos coloridos, variar os cortes de legumes, carnes e fruta, permitir que a criança escolha sua salada e monte seu próprio prato, além de deixar os mais saudáveis sempre à mostra.

O atual estilo de vida como um todo tem levado aos maus hábitos alimentares, bem como o sedentarismo de jovens que podem, assim como nesta Páscoa, ter que evitar o chocolate. Com a correria do cotidiano e a presença de telas na vida das crianças, há menos estímulos e movimentos para gastar energia e calorias no brincar e em atividades físicas.

“Ficar sentado em frente ao celular, tablet, computador e TV é o novo normal, o que pode acarretar prejuízos no desenvolvimento destas crianças e privá-las de prazeres como um doce na época de Páscoa, sem contar o risco da obesidade e o sobrepeso quando adulto. Pais e responsáveis podem e devem oferecer, por exemplo, frutas em vez de bolachas ou salgadinhos nesses momentos mais parados, até mesmo para se criar um hábito de procurar por alimentos leves e saudáveis e ter um organismo bem nutrido desde cedo”, explica a nutricionista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Rita de Cássia Maturo.

Para o médico do esporte do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Samir Daher, tudo é uma questão de equilíbrio. “Não devemos fazer nada em excesso. Além disso, é muito importante a família incentivar a criança desde cedo em relação às atividades físicas. Ter uma dinâmica familiar que dá o exemplo torna mais fácil quebrar barreiras do sedentarismo que temos visto aumentar a cada ano que passa. Para se ter uma ideia, de acordo com o IBGE, 84% dos jovens são sedentários. Além desse número, outro alarmante: 8 em cada 10 adultos já eram obesos quando jovens”, explica.

Em média, o tempo mínimo de exercícios para adultos deixarem de ser sedentários é de 150 minutos divididos dentro da semana, podendo ser atividades de 50 minutos, três vezes na semana, ou ainda 30 minutos, durante cinco dias. Porém, para as crianças, a orientação é outra. A criança deve ter mais acesso a lugares que possam ter momentos de gasto de energia, especialmente ao ar livre, permitindo a transpiração e o cansaço de forma natural e saudável, aumentando a consciência corporal ao se movimentar.

“Sabemos que hoje em dia a vida é corrida e há muita insegurança. Há menos locais para práticas de exercícios ao ar livre, para os jovens terem espaço para se cansar. Mesmo o desafio sendo grande, é recomendado que os responsáveis procurem por locais, sejam eles públicos ou privados, para a prática esportiva”, diz Daher.

Segundo o relatório World Obesity Federation (WOF) divulgado em 2024, mais 700 milhões de crianças e adolescentes estarão com sobrepeso e obesidade até 2035.

Fonte: Governo do Estado de São Paulo