Seu pet é ‘pidão’? Saiba quais alimentos podem ser oferecidos e quais devem ser evitados

Alimentação adequada exerce um papel fundamental na saúde e no bem-estar dos animais de estimação. Assim como os seres humanos, cães e gatos também necessitam de uma dieta equilibrada e nutricionalmente completa.

Você tem um cachorro ou um gato “pidão” em casa? Se sim, já deve sido encarado inúmeras vezes enquanto faz uma refeição. Com aquela carinha de dó, fica quase impossível não dividir pelo menos um pedacinho com eles. Mas, será que isso é saudável e recomendado?

(Imagem Ilustrativa de James Barker por Unsplash)

O g1 conversou com Beatriz Biazini, médica veterinária clínica com foco em neurociência comportamental canina, sobre como deve ser a alimentação dos pets.

A alimentação adequada exerce um papel fundamental na saúde e no bem-estar dos animais de estimação. Assim como os seres humanos, cães e gatos também necessitam de uma dieta equilibrada e nutricionalmente completa. A alimentação pode refletir na energia, no sistema imunológico, no peso saudável e até mesmo na longevidade do animal.

Ela explica que uma alimentação saudável para cães e gatos está relacionada ao nível de absorção dos nutrientes de forma satisfatória, que seja apropriado para cada espécie e que seja balanceada conforme o nível nutricional de cada indivíduo.

“Os animais, assim como muitas pessoas pensam, não precisam obrigatoriamente ter sua dieta mantida somente em alimentação industrializada, ou seja, somente com ração. Há diversas modalidades de alimentação que podem ser oferecidas aos cães e gatos como alimentação natural ou mix feeding”, explica.

O grande problema é oferecer os alimentos sem o acompanhamento de um médico veterinário especialista em nutrição animal. O não acompanhamento por um especialista pode ocasionar danos sérios a saúde do animal como distúrbios metabólicos e gastrointestinais graves e, dependendo dos casos irreversíveis principalmente quando é filhotes em fase de crescimento.

 

A veterinária ainda reforça que a adição de novos alimentos na rotina do animal deve ser orientada por um médico veterinário de confiança através de cálculos específicos para cada espécie e indivíduo, além de ser realizada uma consulta veterinária para entender o score corporal do mesmo, possíveis doenças que possam limitar o oferecimento de alguns alimentos.

O que dar para o animal?

Embora seja tentador dar comida caseira aos animais “pidões”, é importante lembrar que determinados alimentos são prejudiciais à sua saúde. Investir em uma alimentação correta para os animais de estimação é uma demonstração de cuidado e afeto de seus tutores.

“Quando se trata de petiscos não devemos ofertá-los de forma indiscriminada ainda mais quando se trata de industrializado, devido ao alto índice de farinha e, consequentemente, carboidratos que estes possuem favorecendo o ganho de peso”, diz.

 

Ela recomenda ainda optar por petiscos naturais, mas sempre com moderação, como ovos, iogurte, carnes, frutas, etc. Confira o que é recomendado para dar para animais:

Frutas

“São ótimas, mas possuem muito açúcar então devem ser oferecidas em pequenas quantidades.” Todas as frutas podem ser oferecidas, exceto uva, açaí, carambola e cacau. Porém, as mais açucaradas como banana e manga devem ser oferecidas em menor quantidade.

Legumes e vegetais

Tirando a cebola que é tóxica, todos os outros vegetais e legumes podem ser ofertados aos animais. “Sabendo que os que cozinhamos para nós oferecemos cozidos para eles e os que podemos comer crus eles também podem”, explica a especialista.

Outros alimentos

Também podem ser oferecidos aos animais iogurte (apenas com dois ingredientes em sua composição, sendo eles o leite e fermento lácteo); kefir; coalhada que possuem efeitos probióticos leves; ovos cozidos, mexidos ou crus; água de coco diluída para diminuir o índice calórico; palmito devido sua baixa caloria e super palatabilidade.

Alimentos 100% proibidos

Não dê ao seu animal chocolate; cacau; açaí devido à presença de teobromina que afeta o sistema neurológico podendo ocasionar o óbito; carambola; casca e folha de abacate; macadâmia; ossos cozidos; cebola; papinha de bebe; alho; alho poro; semente de pêra e maçã devido ao cianeto; uvas passas e uvas no geral; noz moscada; café e chá preto; fritura; doces; massa crua de pão e bolos; xylitol; ossos de couro brancos e castanha do Pará.

 

Também não ofereça restos de comida e carnes, pois são temperados e salgados, além de serem preparados com óleo, que pode causar futuros problemas renais, hepáticos e calculo dentário.

Optar por uma dieta equilibrada aliada aos cuidados veterinários regulares, contribui para uma vida saudável, promovendo uma relação de amor e dedicação entre tutores e seus fiéis amigos.

Fonte: G1.globo.com