Esfriamento, violência e olheiros: como agia quadrilha que roubava cargas e caminhões na região

A Polícia Federal de Campinas, que desmantelou, junto com a Polícia Rodoviária, uma quadrilha especializada em roubo de cargas e caminhões em rodovias do estado de São Paulo, afirmou que os criminosos utilizavam de algumas técnicas para praticar os crimes.

De acordo com o chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza, um dos métodos usados por eles é chamado de esfriamento. Por conta do risco dos caminhões terem bloqueadores de sinal ou rastreadores, os criminosos deixavam os veículos abandonados por algumas horas para ter certeza de que os carros não estavam sendo monitorados.

Polícia Federal deflagrou operação nesta terça-feira (Foto: Reprodução/EPTV)

A “Operação Malta” cumpriu, até as 11h30 da terça-feira (14), 10 mandados de prisão temporária, além de oito de busca e apreensão nas cidades de Jundiaí (SP) e Jarinu (SP). Outras duas pessoas são consideradas foragidas e uma morreu durante a ação.

Segundo a PF, o grupo alvo dos mandados praticou pelo menos sete roubos no período de 20 dias em cidades como Campinas, Vinhedo e Atibaia.

Em um dia, foram pelo menos quatro ocorrência. Todos os presos nesta terça-feira já tinham passagem pela polícia. Eles tinham funções divididas entre “olheiro”, que analisavam os caminhões que poderiam ser roubados, além dos integrantes que eram responsáveis por fazer a abordagem e manter o motorista em cativeiro.

Edson Geraldo de Souza afirmou que a quadrilha usava três carros. Os ocupantes do primeiro avisavam o motorista de um falso problema no caminhão e, em seguida, ia embora, para evitar suspeitas. Já no segundo veícúlo estavam quem fazia o sequestro o condutor e, por fim, o terceiro automóvel era responsável por evitar o patrulhamento da polícia.

As apurações começaram em janeiro e os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Cajamar (SP). A “Operação Malta” significa “bando de infratores”, diz a polícia.

Uso de ameaça e violência

“Utilizando de ameaça e violência, com emprego de armas de fogo, os criminosos mantinham os motoristas – e quem estivesse com eles, inclusive famílias – em privação de liberdade, obrigando-os à realização de transferências bancárias enquanto faziam o transbordo da carga e destinação dos veículos”, disse a PF.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo não tinha preferência por carga e sim caminhões. Além disso, os suspeitos usavam equipamentos eletrônicos para “rondar as rodovias por horas em busca de um alvo ou oportunidade”.

Os motoristas eram levados para matagal ou cativeiros em bairros de periferias. Além disso, para aproveitar que já estavam com o refém, também utilizavam cartões de crédito da vítima.

Fonte: G1.globo.com